Valor agregado: saiba como o conceito se aplica ao mercado de café

Oferecendo benefícios, o valor agregado transforma produtos em experiências

Valor agregado ao café
Crédito: Freepik
11/08/2022
Publicado em

Em geral, pensamos que o consumidor, ao realizar suas compras, sempre busca o menor preço. Mas, nem sempre é verdade. Uma pesquisa conduzida pela Capterra (plataforma de comparação de softwares, divulgada pelo G1), aponta que a maioria dos brasileiros não se opõe a pagar mais caro, quando uma empresa aumenta o valor de um produto ou serviço, devido a práticas ambientalmente corretas. 

Isso ocorre por conta do conceito de valor agregado, um benefício que vai além das finalidades da mercadoria ou do serviço adquirido pelo cliente. Alguns exemplos seriam um excelente atendimento, uma embalagem diferenciada, e tudo o que for capaz de tornar um item de consumo em uma experiência única para o cliente.

Paulo Guilherme Leal, especialista em marketing estratégico e empreendedorismo, explica essa ideia como a transformação de uma commodity, algo que gere mais valor: “A diferença está em como o consumidor percebe isso.”

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Valor agregado aplicado ao mercado cafeeiro

De acordo com Leal, a indústria de café é a que mais se destaca em relação à proposta: “Quando o alimento chega à cafeteria, ou a qualquer outro local que ofereça a bebida, ele se torna um serviço. Você tem ali uma xícara servida por um barista com mais experiência, um chocolate de acompanhamento, um biscoito. Esses detalhes agregam valor ao produto, o cliente percebe isso e se sente à vontade para pagar um pouco mais.”

Um exemplo citado pelo especialista no ponto de estabelecimentos é o Starbucks, cujas lojas se tornaram pontos de trabalho para seus clientes: “A empresa vende o mesmo ‘produto’, porém com uma experiência diferenciada. A marca ‘entrega’ um escritório de graça, onde o consumidor pode usar o espaço para fazer reuniões e, assim, ficar lá mais tempo, e consumir mais, é claro”. Todos esses serviços agregam valor ao produto principal da franquia, o café. 

Dessa maneira, o consumo não se resume à bebida, mas a uma série de itens que transformam a situação em um momento singular: “Não é só pegar um produto qualquer e cobrar mais caro por ele, mas sim oferecer benefícios e transformá-lo em algo a mais”, reforça.

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Sustentabilidade faz parte do conceito

Conforme revelado pela pesquisa da Capterra, o consumidor está disposto a pagar mais caro por um produto devido às práticas ambientalmente conscientes. Leal concorda que sustentabilidade é parte importante do conceito de valor agregado, mas deve ser transmitido da maneira correta: “Se o cliente não consegue perceber essa questão, o produto se torna caro. Ela deve ser algo tangível para quem compra.”

A Nestlé, com a sua marca Nespresso, foi citada como referência de comunicação efetiva, conseguindo conciliar seus produtos com questões sustentáveis, por reforçar a todo momento a importância da reciclagem de cápsulas: “Comunicar seus valores faz toda a diferença”, conclui.

Certificações ABIC agregam valor ao café

Uma das maneiras de agregar valor ao grão são as certificações da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). Elas garantem pureza, qualidade e sustentabilidade ao consumidor. Adalberto José Moreto, fundador da Café Contri, afirmou que os Selos da Associação melhoram a percepção dos compradores: “Em um mercado com tantas marcas disputando a preferência do cliente nas gôndolas, não é fácil se destacar. A ABIC, além da representatividade que a instituição nos proporciona e todo o suporte que recebemos, reforça ainda mais o nosso trabalho, agregando valor e gerando credibilidade para a nossa marca”, declarou.

Outra ferramenta da Associação capaz de transformar a experiência da compra de café é o ABICAFÉ, aplicativo onde os usuários podem, por meio de um QR Code na embalagem do produto, terem acesso a informações sobre o item já na gôndola dos supermercados.

Redação: Usina da Comunicação

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