Em março de 2020, a rotina dos brasileiros mudou totalmente. A pandemia do novo coronavírus impôs uma realidade jamais vivida: a do “fique em casa”. Para conter a transmissão da doença, bares e restaurantes tiveram que fechar as portas, assim como outros estabelecimentos.
Dois anos depois, o cenário é outro. Com o avanço da vacinação e a suspensão das restrições de circulação, as ruas voltam a encher, assim como os espaços de consumo, sendo possível, novamente, ir à sua cafeteria ou restaurante favorito.
No entanto, é necessário ficar atento às mudanças do público, que após dois anos de isolamento, está em busca de novas experiências. “O consumo pós-pandemia pede uma mudança de paradigma tanto para empresários quanto para consumidores”, comenta Eliane Monteiro, Professora de Pós-graduação do Departamento de Administração da Universidade Federal Fluminense (UFF), “Hoje, ele procura um produto não só pelo preço, mas, pela experiência que este lhe causa, tanto on-line quanto off-line”.
E a sustentabilidade faz parte dessa novidade, aponta a professora. Para a especialista, a COVID-19 deixou a população/consumidor mais atentos às necessidades do planeta, o que vai refletir na maneira como as pessoas lidam com os produtos, “A ‘pegada ecológica’, que durante muitos anos foi modismo, agora é necessidade. Assim, é necessário que as empresas pensem nessas práticas desde o início da cadeia de produção”, afirma Eliane.
[Consumidor amadureceu durante a pandemia]
Mercado deve seguir atento ao on-line
A quarentena tornou a internet ainda mais essencial para o cotidiano de todos. Trabalho, eventos, e até mesmo encontros sociais foram transportados para o mundo virtual. Com o ato da compra não foi diferente. Mesmo quem antes hesitava em comprar algo nesse espaço, teve que se adaptar. Essa mudança, de acordo com a professora, veio para ficar, “Todo mundo está conectado hoje em dia, seja para consumir em uma loja virtual e-commerce, acompanhar tendências ou até mesmo rechaçar uma marca.”
Com isso, o consumidor passa a ter um papel mais ativo, pois o famoso “boca a boca” agora é potencializado por essa ferramenta. Ele pode tanto agir como um influencer positivo, falando bem do produto e do atendimento de um local, mas também pode divulgar a sua insatisfação, “Os lojistas devem desenvolver a escuta nas redes e prestar atenção no que se diz neste espaço”, analisa.
Assim, para melhor aproveitar esse momento de retomada, os lojistas e os empresários precisam estar atentos a essas mudanças, já que há muitas novidades neste “novo normal”.