A frase “café não é tudo igual” já é bastante conhecida pelos leitores do Jornal do Café, cujo esforço em abordar as vantagens da certificação e os cuidados necessários na hora da compra é incessante.
O fato é que o comportamento do consumidor sofreu alterações ao longo dos anos, movimento potencializado pela pandemia. Nesta edição, reunimos informações para mostrar como esse perfil mudou e quais são as principais tendências.
Qualidade e certificação
O café é tradição brasileira, motivo pelo qual há uma procura cada vez maior por sensações que a bebida pode oferecer. Embora a maior parte do consumo doméstico ainda seja de café tradicional, o mercado brasileiro de café premium cresceu significativamente nos últimos cinco anos, e hoje representa de 10% a 15% do consumo total no setor.
O consumidor também está mais consciente sobre a necessidade de buscar marcas comprometidas com a qualidade e a segurança de alimentos. Nos últimos quatro anos, o Programa de Qualidade da ABIC – PQC, responsável por conceder o Selo de Qualidade, registrou um aumento de 35% no número de produtos certificados
“A qualidade é o motor do consumo. Quando melhora a qualidade, aumenta o consumo. Há quatro anos, o espaço na prateleira destinado aos cafés superiores e gourmets girava em torno de 6%. No último ano, este espaço cresceu para 12%”, explica Monica Pinto, Coordenadora de Projetos da ABIC.
Atualmente, a ABIC certifica 3.000 produtos quanto à pureza e aproximadamente 1.100 quanto à qualidade. As categorias com maior valor agregado, Gourmet e Superior, correspondem a 46% do total de marcas certificadas.
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Aumenta a busca por cafés especiais
O fenômeno conhecido como gourmetização impactou a indústria de alimentos. No universo do café, não foi diferente. A busca por uma experiência gastronômica e sensorial mais apurada começou nas cafeterias, e devido à pandemia, migrou para dentro de casa.
Como consequência, muitas marcas passaram a investir no segmento de cafés premium, cuja diferenciação está ligada à critérios como qualidade, origem (região onde o grão é plantado) e sustentabilidade.
“O isolamento social fez os apreciadores de café aprenderem diferentes formas de reproduzir em casa a experiência de consumir cafés diferenciados em uma cafeteria. Esse comportamento ainda é uma tendência, o que demonstra o fato de a premiunização da categoria ser um caminho sem volta”, afirma Monica.
Quanto mais café melhor!
Apesar do mercado cafeeiro nacional ser maduro, o setor ainda possui espaço para crescimento e inovação. Uma pesquisa realizada no ano passado pelo Instituto Axxus, em parceria com a ABIC, revelou que dos 4.200 participantes, 56% afirmaram gostar muito de café, um aumento de 3% em relação ao último mapeamento.
Monica finaliza dizendo que o consumidor intensificou a sua relação com a bebida, através de experiências em casa ou com a experimentação de novas receitas.
Independente da forma de consumo, o ritual em torno da xícara de café representa um momento pessoal de pausa, reflexão e conexão. Seja em crises ou em momentos alegres, o café foi, é e sempre será um grande companheiro.
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