Origem do café: da descoberta até a primeira exportação do grão

Bebida mais consumida do mundo, a origem do café atravessa culturas

Origem do café
Crédito: Unsplash
30/08/2022
Publicado em

Hoje, o café está presente em todos os lugares do planeta. Conforme a Associação Britânica de Café, ela é a bebida mais consumida do mundo, com aproximadamente dois bilhões de xícaras sendo ingeridas todos os dias. No Brasil, ela só perde para a água em popularidade.

Tamanha presença não vem de hoje. O grão possui uma história milenar, atravessando diversas culturas e nações, servindo a propósitos religiosos, políticos e econômicos. O Jornal do Café convida você, leitor, a conhecer um pouco mais sobre a jornada desse fruto tão presente em nossas vidas.

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Lendas e fatos sobre a origem do café

De acordo com lendas da região hoje conhecida como Etiópia, um jovem pastor de cabras chamado Khaldi observou que seu rebanho ganhava energia após consumir pequenos grãos vermelhos de um arbusto desconhecido. Após ele mesmo comer o fruto e experimentar a sensação de euforia, o pastor compartilhou a descoberta com um monge, que levou os grãos até um monastério e, por meio de experimentos, percebeu a capacidade energética do alimento. A revelação se espalhou pelos mosteiros.

Apesar de não haver registros da história de Khaldi, a documentação histórica mostra que o café foi cultivado pela primeira vez em monastérios islâmicos no Yêmen, por cerca do ano 575 d.C. Inicialmente, o grão era consumido macerado e misturado com banha. 

Somente no ano 1000 d.C., os árabes começaram a preparar uma infusão com as cerejas de café, fervendo-as em água. O processo de torra foi desenvolvido no século XIV e, finalmente, a bebida adquiriu um aspecto mais parecido com o dos dias de hoje. A difusão da iguaria no mundo árabe foi bastante rápida e se tornou parte do cotidiano.

A primeira cafeteria do mundo

Em 1475, a primeira cafeteria do mundo foi inaugurada na Constantinopla, Turquia, o Kiva Han. A bebida era tão importante para o Império Otomano que, no mesmo ano, instaurou-se  uma lei que permitia à mulher pedir o divórcio caso o marido fosse incapaz de provê-la de uma quantidade diária de café.

Durante esse período, seu uso religioso também se expandiu. Como o Alcorão proíbe o consumo de bebidas alcoólicas, o drinque se tornou uma importante ferramenta em determinadas cerimônias. Em 1511, ela ganhou ainda mais status. Khair Beg, governador de Meca, tenta proibir o produto, mas essa tentativa chega aos ouvidos do Sultão, que não só declara a bebida como sagrada, como também condena o governador à morte pelo ato.

Início da exportação

A partir dos anos 1600, a bebida vai para além do mundo árabe. Introduzido no continente europeu por mercadores venezianos, o café a princípio levanta suspeita por conta do seu aspecto religioso, uma vez que os católicos não viam os muçulmanos com bons olhos. Tal visão só mudou quando o Papa Clemente VIII provou uma xícara do produto e gostou tanto que decidiu torná-la sagrada.

Os registros históricos apontam que a primeira importação da bebida ocorreu em 1615. No mesmo período, o mercador italiano Pietro Della Valle nomeia a planta como Coffea arábica.

Redação: Usina da Comunicação.

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