Oferecendo o curso em dois dias durante o 26º Encafé, para uma turma de 20 participantes em cada um deles, Silvio Leite apresentou os cafés premiados nos principais concursos deste ano, trazendo à pauta um debate sobre o nicho do mercado que eles podem ocupar. Com mais de 30 anos de experiência no agronegócio de café, o presidente do júri internacional do concurso de qualidade Cup of Excellence e sócio-fundador das empresas AgriCoffee e AgriCafé selecionou cafés de diferentes processos, qualidades e sabores para discutir com o grupo sobre a possibilidade de construção de novos conceitos e atributos para impulsionar os negócios.
Antes de iniciar a degustação dos cafés especiais selecionados para o evento, Silvio apresentou informações do que tem visto por aí, principalmente as técnicas que têm produzido grãos de alta qualidade nos pequenos produtores como a colheita seletiva para escolher os melhores e mais maduros grãos – algo que tem se tornado comum na região da Chapada Diamantina, produtora dos melhores cafés da atualidade.
Exímio provador de cafés, “cupper” certificado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais e juiz de diversas competições de qualidade, tanto no Brasil quanto no exterior, Silvio selecionou e apresentou sete cafés vencedores para degustação: Concurso Aroma BSCA 2018, nos tipos cereja descascado via úmida e natural via seca; Concurso Florada 2018, também nos tipos cereja descascado via úmida e natural via seca; Concurso Cup of Excellence Internacional 2018, cereja descascado via úmida e natural via seca; Concurso AMSC 2018, apenas natural via seca; e um conilon cereja descascado via úmida.
Após a degustação de todas as xícaras, o grupo pôde discutir sobre as diferenças e complexidades de cada uma delas, falando sobre as impressões, os aromas, os sabores e as preferências, compartilhando a surpresa ao provarem o conilon. Silvio e os participantes puderam exercitar a criatividade, aliada ao conhecimento técnico e de mercado de todos os presentes, para pensar onde cada um dos cafés poderia ser vendido e como.
“Levei ao curso sabores diferentes que têm sido apresentados ao consumidor final por tantas empresas. Hoje em dia, cafés como esses têm chegado à xícara do consumidor de diferentes maneiras. E temos notado que, para se destacar, é importante contar uma história, falar da origem do grão e conectá-lo a quem vai provar a bebida, aproximando-o do produtor, apoiando a sustentabilidade”, comentou Silvio, que durante doze anos foi responsável pelo controle de qualidade do Grupo Bozzo, e atuou por 14 anos na Agribahia, empresa do Grupo Espírito Santo, como especialista em processamento de cafés e controle de qualidade do café.