De acordo com uma pesquisa da Universidade de Southampton, do Reino Unido, beber café pode reduzir em até 49% as chances de morrer por doenças hepáticas crônicas. Os dados mostraram também que os apreciadores da bebida têm 21% menos probabilidade de desenvolver a doença, 20% menos de possibilidade de desenvolver doença hepática crônica ou gordurosa (esteatose hepática) comparado aos que não bebem café. O estudo foi publicado no mês de junho no jornal BMC Public Health.
Para o médico Raymundo Paraná, Professor Titular de Hepatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia e pesquisador do Instituto D’or de pesquisa e Ensino (IDOR), os benefícios do famoso cafezinho não são novidade e já foram comprovados em diversas pesquisas, inclusive, para o caso de pacientes com enfermidades em estágio avançado. O médico também explica que essas vantagens se devem principalmente aos efeitos antioxidantes de seus componentes. “O benefício do café para o fígado se dá por um efeito antioxidante, reduz a peroxidação de lípidas, melhora a recepção da insulina, como também bloqueio da adenosina. Esse conjunto de ações positiva no fígado, colaboram com o metabolismo hepático e podem ajudar, juntamente com outras medidas, na redução da esteatose hepática (gordura no fígado), como também na redução da progressão da fibrose do fígado, o que significa um tratamento adjuvante a fim de evitar ou reduzir a progressão da cirrose”, explica.
Ainda segundo o especialista: “A cafeína, aparentemente também reduz as citocinas (moléculas) que induzem inflamação no órgão, portanto podem reduzir também os processos inflamatórios que acompanham diversas doenças hepáticas”, complementa. Tais fatores, poderiam beneficiar também os pacientes com câncer de fígado, o sexto tipo mais comum no mundo segundo o World Cancer Research Fund.
O médico faz um alerta: “É importante esclarecer que, algumas vezes, observamos a demonização infundada do café. Mas, hoje, hepatologistas de todo o mundo são favoráveis ao uso da bebida e recomendam aos seus pacientes que utilizem pelo menos, cinco cafezinhos por dia, desde que o paciente não tenha intolerância ou arritmias cardíacas”, finaliza ele.
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Redação: Usina da Comunicação.
