Indústria do Café 4.0

Fernando Fernandes apresenta workshop “Otimização dos custos de produção”, explicando conceitos a serem implementados em indústrias de todos os portes. Por Milena Prado das Neves

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18/03/2019
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No primeiro dia de cursos na Arena de Conhecimento, os participantes puderam entender melhor os conceitos da chamada indústria 4.0 – aquela que, além de conectada, gera dados que facilitam a rápida tomada de decisão. Foi sobre isso que Fernando Fernandes, diretor geral da Cia. Lilla de Máquinas, conversou com os participantes no workshop “Otimização dos custos de produção”.

Graduado em engenharia mecânica pela Escola Politécnica da USP e com MBA pela Fundação Getúlio Vargas, Fernando atua há mais de 30 anos na Lilla, sendo convidado constantemente para palestrar em eventos em todo o País e fora dele, para expor seus conhecimentos e pesquisas referentes ao processo de torra, às transformações químicas da pirólise, profile roasting e outros elementos pertinentes à industrialização do café.

Nesse curso do Encafé, Fernando falou sobre os conceitos de rentabilidade: redução de estoques, controle do fluxo do produto, custo matéria-prima versus custo por quilo de café torrado. Falou também sobre a relevância do controle do processo e da eficiência energética. “Para que a indústria que produz cafés tradicionais, com volume de médio a alto, alcance os benefícios da indústria 4.0, primeiro precisará caminhar nas etapas anteriores do processo, o que envolve atingir um nível de 100% de automação dos seus equipamentos, com integração da planta como um todo. A próxima etapa é a implementação de um sistema de coleta de dados automático, que envolva a medição de todos os parâmetros relacionados ao custo da produção, como: variação de peso do café ao longo do processo, consumo de energia e horas de produção, entre outros”, explicou.

Para Fernando, a forma mais imediata e de maior impacto financeiro de utilizar os conceitos da indústria 4.0 vem em uma próxima etapa, com o uso da inteligência artificial para análise dos dados, de forma a criar uma gestão de custos de produção em função das informações produzidas em tempo real. “Esse tipo de análise orientará decisões gerenciais como a compra de matéria-prima pelo custo de produção em vez do preço do café cru. Permitirá também uma programação da produção de forma mais eficiente, com redução de estoques em todas as fases do processo, orientando a escolha de curvas de torra em função do melhor rendimento em peso e eficiência energética, além de outras possibilidades que envolvem gestão e controle de processo”, complementou.

Como toda coleta de dados é feita em tempo real, com análise imediata, as ações decisórias e eventuais correções de processo podem ser feitas com muita rapidez, minimizando perdas e incrementando os ganhos. “Existem outras formas de aplicação dos princípios da indústria 4.0, mas para um padrão de indústria que está começando a pensar no assunto, acredito que essa proposta apresente um início em que os ganhos e vantagens sejam maximizados”, sugere Fernando.

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