Indicações Geográficas do café no Brasil: Serra da Mantiqueira e Cerrado Mineiro

Qualidade, rastreabilidade, segurança, sabor e aromas únicos são algumas das vantagens de adquirir grãos cultivados nessas regiões

Indicações Geográficas do Café no Brasil - Minas.
Crédito: Freepik
30/09/2021
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Os leitores do Jornal do Café devem se lembrar do tema Indicações Geográficas, afinal, já trabalhamos ele por aqui. Mas, para aqueles que ainda não sabem, o termo representa as ferramentas utilizadas para valorizar os produtos e itens produzidos em uma determinada região do país. Além disso, as IGs, como são chamadas, atribuem autenticidade ao local e valorizam as histórias e as culturas existentes por trás das atividades desempenhadas.

Na prática, quando estamos no supermercado escolhendo os produtos na gôndola e percebemos que um deles possui o registro de Indicação Geográfica, significa que o seu diferencial é ter sido produzido em uma localidade específica, com características e técnicas próprias. A área definida para a concepção do trabalho, a autenticidade e a disciplina quanto ao método de elaboração, são exemplos de aspectos que agregam valor ao bem de consumo.

No universo do café, elas são bastante comuns, já que o grão é o produto nacional que mais possui registros, de acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Nesta edição, falaremos um pouco mais sobre o estado de Minas Gerais e as diferentes IGs que existem em seu vasto território.

Serra da Mantiqueira 

O cultivo de café na região da Serra da Mantiqueira data de 1848, época em que acreditava-se que a área não era propícia para a cultura do grão. A partir de 1996, com a expansão tecnológica e com a instalação de infraestrutura adequada foi possível que a atividade fosse desempenhada. Hoje em dia, ela é reconhecida como uma das principais produtoras de cafés finos do Brasil.

A altitude elevada, o clima de montanha e as estâncias hidrominerais, repletas de propriedades terapêuticas, fazem com que a região desenvolva uma cafeicultura de qualidade e com grãos consistentes. A cadeia montanhosa engloba 22 municípios e possui mais de 50 mil hectares de cafezais, em altitudes que variam de 1.100 a 1.500 metros. Com produção anual de aproximadamente 1.250.000 sacas de café, os cafeicultores locais são internacionalmente reconhecidos.

A região também é cientificamente atestada como referência na produção de cafés de nível superior. Isso se deve às condições climáticas diferenciadas da Serra da Mantiqueira, que possui cerca de 8 mil produtores e gera mais de 150 mil empregos diretos e indiretos.

Cerrado Mineiro

Já o Cerrado Mineiro é marcado pela produção de cafés de aromas intensos, acidez cítrica e sabor achocolatado de longa duração. O Cerrado Mineiro despontou como um expoente na cafeicultura por causa da topografia plana, o que viabilizou a mecanização das lavouras, e as condições favoráveis de clima e solo.

A região engloba 55 municípios, 4.500 propriedades produtoras, aproximadamente 3.500 cafeicultores e cerca de 155 mil hectares de plantio. O grão dessa localidade obedece a dois modelos de programas avaliativos. O primeiro deles, a certificação da propriedade produtora, avalia fatores como boas práticas agrícolas, respeito ao meio ambiente, responsabilidade social e rastreabilidade. O segundo, avaliação de origem e qualidade, segue a metodologia da Sociedade Norte-americana de Cafés Finos.

Entre as características dos cafés cultivados no Cerrado Mineiro, a garantia de segurança aos consumidores e o valor agregado ao produto são as principais. Além disso, essa indicação geográfica também é internacionalmente reconhecida, fruto do trabalho intenso e responsável promovido pelas associações e cooperativas parceiras da região. 

Gostou do tema? Fique atento às próximas edições do Jornal do Café para conhecer as demais Indicações Geográficas do café no Brasil e saber como elas contribuem para que o país seja mundialmente conhecido pela produção de qualidade.

Acesse o Jornal do Café para mais informações. Confira!

Redação: Usina da Comunicação

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