O Jornal do Café vem explorando o tema das Indicações Geográficas (IGs) do café no Brasil há algum tempo. O nosso objetivo é levar mais conhecimento sobre o assunto para os leitores e ressaltar a importância dos produtos provenientes desses locais. Ademais, os produtos oriundos das IGs possuem autenticidade, rastreabilidade, segurança, qualidade e ainda valorizam as regiões produtoras.
De acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o café é o produto brasileiro com o maior número de Indicações Geográficas. Na edição de hoje, conheça mais sobre as IGs existentes no estado de São Paulo.
Alta Mogiana
Conhecida por produzir um dos melhores cafés do mundo há mais de 100 anos, a região da Alta Mogiana abrange 15 municípios e alia a o uso da tecnologia com fatores geográficos. A altitude privilegiada, que varia de 900 a 1000 metros, enriquece o sabor e o aroma dos grãos, conferindo corpo e buquet próprios. Outro fator importante é o clima, responsável por propiciar o seu amadurecimento lento e uniforme.
A história do local data de 1833, quando o Código de Postura da Câmara Municipal de Franca obrigava os agricultores a plantarem e a manterem ao menos 25 pés de café por cada braça de terreno. A multa para aqueles que desobedecessem as regras era alta, poderia chegar a $2.000 ou um dia de detenção.
A Alta Mogiana consolidou a produção do café como principal atividade econômica a partir da chegada de ferrovias e da inauguração da Estação de França, no ano de 1890. Como a presença de imigrantes, italianos em sua maioria, era forte, a parceria com os donos de terra locais deu muito certo. Desde então, o território se solidificou como um importante polo do café.
O café dessa região é encorpado e possui aroma marcante, acidez média e equilibrada. Quando degustado, produz um retrogosto com uma doçura de caramelo e notas de chocolate amargo. É ideal para preparar um bom Espresso.
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Região do Pinhal
Em 2016, o INPI concedeu, após seis anos de tentativas, o registro de Indicação Geográfica à Região do Pinhal, localizada em São Paulo. Ao todo são oito municípios produtores que acumulam mais de 176 anos de história, cuja característica principal é a cafeicultura de montanha com cultivos em espaçamento tradicional e sistemas de produção familiar.
A região começou a se destacar na atividade ainda em 1850, antes do território ser reconhecido como cidade. Todo o processo civilizatório foi liderado pela elite produtora de café, já que os lucros obtidos com a sua venda geravam recursos para investir no desenvolvimento local. A ferrovia, inaugurada em 1889, melhorou o sistema de transporte e viabilizou um maior escoamento da produção. A fama gerada pelo grão se espalhou de tal maneira que inspirou a visita de D. Pedro II, em 1878.
O produto originário da Região do Pinhal é caracterizado pelo equilíbrio entre corpo, acidez e doçura, com aroma intenso e finalização longa. As variedades da espécie Coffea arabica são utilizadas no cultivo, obtidas por meio da colheita manual no pano ou mecanizada.
Descobrir mais sobre as IGs do café no Brasil é realmente muito interessante. É uma verdadeira aula de história. Fique atento às próximas edições do Jornal do Café para aprender mais sobre as demais regiões do país!
Quer ler mais curiosidades sobre o grão? Acesse o Jornal do Café e confira!