O cafeeiro, por estar ao ar livre, está sujeito a uma série de contratempos. As condições climáticas nem sempre favorecem a planta e, ainda, existem os insetos que podem prejudicar o bom desenvolvimento da lavoura.
Uma dessas pragas é o bicho mineiro do café, uma mariposa de apenas um milímetro de comprimento, que pode atacar as plantações por todo o ano, mas apresenta maior atividade entre os meses de outubro e junho, e pode gerar perdas de 30% a 70% da produção.
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Mas, a ciência está estudando novas formas de combatê-lo. Em agosto, uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) acaba de anunciar a geração de dados do genoma completo desse inseto, superando um dos maiores obstáculos no combate ao inseto-praga, a falta de informações detalhadas sobre sua biologia.
A geração do genoma completo do bicho mineiro (Leucoptera coffeella) é o primeiro resultado do projeto MinerControl: identificação de ativos biotecnológicos para controle do bicho mineiro por aplicação tópica de nanossistemas, financiado pelo Consórcio Pesquisa Café.
Conhecendo o bicho mineiro
Para saber mais a respeito do comportamento da mariposa, cuja fase de lagarta pode consumir uma planta inteira, os pesquisadores passaram a trabalhar com os dados do genoma, ou seja, o conjunto completo dos genes da praga, analisando órgãos, tecido ou linhagem celular. Essas informações permitirão, a partir de agora, estudos moleculares de genes alvo para controle da praga.
Do total de 39.930 genes que compõem a estrutura do bicho mineiro, 9 mil eram totalmente desconhecidos. Natália Martins, pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical, explica: “Os demais são muito próximos aos de outros insetos, estando associados a características como o hábito de formação de teias e atividades alimentares realizadas dentro do ambiente folhear”. Dessa maneira, a geração do genoma completo possibilita desenvolver soluções tecnológicas com ação biocida específicas para a praga.
A intenção é atender ao maior número de cafeicultores, especialmente, aqueles dedicados à produção orgânica que ainda não contam com alternativas eficientes no combate ao bicho mineiro.
Após sequenciar o genoma do inseto, os pesquisadores prosseguem com as demais etapas do projeto, que apontará não só biocidas contra a praga, mas também um conjunto de soluções tecnológicas que poderão ser usadas entre si ou com outros defensivos como parte de sistemas de manejo integrado de pragas do cafeeiro.
Redação: Usina da Comunicação.