Plantadores de café estão revertendo o desmatamento ocorrido na montanha Gorongosa, localizada no centro de Moçambique. A região era coberta por uma densa floresta tropical, única no país, mas, a guerra civil enfrentada pelo país intensificou a exploração de seus recursos.
Quilômetros de desmatamento deixaram a terra árida, onde só cresciam ervas e pequenos arbustos. Há alguns anos, no entanto, a floresta começou a renascer graças a uma atividade agrícola praticamente desconhecida na região: a cafeicultura.
Juliasse Samuel Sabao, cafeicultor do Parque Nacional Gorongosa, que atua na região há mais de 10 anos, explica que o ressurgimento da floresta veio a partir das necessidades do grão: “O café precisa de sombra para crescer. Assim, plantamos uma árvore para cada cafezal. Dessa maneira, aproximadamente 300 mil pés de café e 400 mil cajueiros foram plantados”.
[Presença de abelhas em cafezais pode melhorar produtividade]
Além do fruto, também são cultivados outros alimentos indispensáveis para os habitantes da região. De acordo com o Banco Mundial, a atividade da cafeicultura gera 300 empregos e beneficia 200 mil habitantes.
O café do Gorongosa, cujas vendas são revertidas integralmente ao projeto apoiado pelo milionário e filantropo americano Greg Carr, é, atualmente, exportado para diversos lugares do mundo.
Sustentabilidade é pauta importante para a cafeicultura
A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) tem como pilar da sua atuação a busca pela produção sustentável e desenvolve diversos projetos relacionados à pauta. Em 2007, a ABIC estabeleceu o Programa Cafés Sustentáveis do Brasil (PCS), quando introduziu no mercado brasileiro uma certificação de rastreabilidade da lavoura à xícara e que ajuda a promover as boas práticas agrícolas, assim como a nova tendência mundial: a do consumo consciente.
Em 2022, a Associação passou a fazer parte da Rede Brasil do Pacto Global, iniciativa das Nações Unidas (ONU), que mobiliza a comunidade empresarial na adoção voluntária e na promoção, em suas práticas de negócios, de Dez Princípios universalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, do trabalho, do meio ambiente e da anticorrupção. Com essa adesão, a Associação deverá reportar, anualmente, o progresso em relação aos princípios, estimulando a evolução constante de práticas internas de sustentabilidade.
Com informações do G1.
Acompanhe as dicas do Jornal do Café.
Produção de conteúdo: Usina da Comunicação.