Participação brasileira nas exportações de café foi de 32%, Vietnã 22% e Colômbia 11% no período de outubro de 2018 a julho de 2019
No período de outubro de 2018 a julho de 2019, as exportações mundiais de café verde atingiram um volume físico equivalente a 99,86 milhões de sacas de 60kg, desempenho que representa 91,3% do volume total de café exportado no mundo. O Brasil, maior produtor, exportador e segundo maior consumidor de café, exportou o equivalente a 31,83 milhões de sacas de café que representam um crescimento de 38,4%, em comparação com o mesmo período anterior, e, mais que isso, equivalem em termos globais a 31,9% de todas as exportações de café verde no citado período. As exportações do Vietnã, segundo maior produtor e exportador mundial de café, alcançaram 22 milhões de sacas, representando 22% do total. Quanto à Colômbia, terceiro maior produtor e exportador, as vendas ao exterior aumentaram 7,1% e somaram 10,52 milhões de sacas exportadas, que correspondem a 10,6% das exportações mundiais.
Na sequência, se for estabelecido um ranking dos cinco países maiores exportadores de café verde no período objeto desta análise, denota-se que Honduras figura em quarto lugar, por ter vendido 6,29 milhões de sacas, a despeito de ter reduzido as vendas ao exterior em 2,3%. E, em quinto, destaca-se Uganda, que exportou 3,6 milhões de sacas, mesmo tendo também experimentado uma queda de 3,1% nas exportações. Por fim, registre-se que os principais países importadores foram os Estados Unidos, seguido da Alemanha, Bélgica, Itália e Japão. E ainda que o volume total vendido para esses cinco países alcançou 32,48 milhões de sacas de 60kg, as quais corresponderam a 32,5% de todas as exportações de café verde, no citado período.
Com relação ainda ao panorama das exportações de café em nível mundial, apenas nestes dez meses analisados, conforme mencionado, as vendas de café verde representaram 91,3% do total exportado, com um volume de 99,86 milhões de sacas de 60kg. A despeito desse expressivo percentual, registre-se que esse desempenho está ligeiramente abaixo do observado há três décadas, quando as exportações de café verde respondiam por cerca de 95% do total exportado, indicando assim que grande parte da agregação de valor continua a ser implementada nos países importadores. Em contrapartida, as exportações de café solúvel somaram 9,06 milhões de sacas e responderam por 8,3% do total, enquanto que as de café torrado atingiram apenas 487,08 mil sacas, volume equivalente a 0,4% das exportações.
Os dados e números estatísticos do desempenho da cafeicultura mundial que permitiram realizar estas análises tiveram como fonte principal o Relatório sobre o mercado de Café agosto 2019, da Organização Internacional do Café – OIC, o qual é produzido e divulgado mensalmente. Citado Relatório está disponível na íntegra para consultas no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. Cabe esclarecer que o ano-cafeeiro para a OIC compreende o período dos meses de outubro a setembro, e, ainda, que os cafés são classificados conforme origem produtora, nos tipos Suaves Colombianos, Outros Suaves, Naturais Brasileiros e Robustas.
De acordo ainda com o mencionado Relatório, contribuíram para esse desempenho positivo das exportações, os cafés do tipo ‘Naturais Brasileiros’, cujo incremento foi de 27,6%, ao exportar 35,08 milhões de sacas, no período de outubro de 2018 a julho de 2019. Além disso, os cafés do tipo ‘Suaves Colombianos’ aumentaram suas vendas ao exterior em 7,6%, com 12,59 milhões de sacas embarcadas. E os cafés ‘Robustas’, que também tiveram um aumento nas exportações de 6,9%, ao atingirem um volume físico de 38,90 milhões de sacas. Entretanto, as exportações dos ‘Outros Suaves’ alcançaram 22,83 milhões de sacas, número que representa um decréscimo de 3,7%, em relação ao volume exportado no período anterior.
Quanto às exportações de café torrado, conforme os números do Relatório sobre o mercado de Café agosto 2019, dentre os países exportadores, México, Colômbia, Vietnã, Brasil e República Dominicana, nessa ordem, foram os maiores exportadores desse tipo de café industrializado, cujo volume total respondeu por 92,7% das exportações de café torrado nos dez primeiros meses do ano cafeeiro de 2018-2019. O México exportou o equivalente a um volume de 183,83 mil de sacas de café torrado e a Colômbia, 124,56 mil sacas.
As exportações de café torrado do Vietnã caíram 19,8%, ao totalizar 116,40 mil sacas exportadas, e o Brasil, que exportou 15,87 mil sacas, teve uma redução de 1,1%. As da República Dominicana, porém, aumentaram 45,9%, para 11,05 mil sacas. Os Estados Unidos foram o principal destino de café torrado, respondendo por cerca de 60% das importações nos dez primeiros meses do ano-cafeeiro 2018-2019.
O Brasil também se destacou nesse período como o maior exportador de café solúvel ao vender para o exterior o equivalente a 3,29 milhões de sacas de 60kg, volume que representou um crescimento de 10,7% em relação ao mesmo período anterior. A Índia também exportou 1,59 milhão de sacas desse mesmo tipo de café, volume 10,3% menor se comparado com os dez primeiros meses do ano cafeeiro de 2017-2018.
Nesse mesmo contexto, as exportações de café solúvel do Vietnã cresceram 48% ao atingirem 1,06 milhão de sacas, as da Indonésia caíram 20,5%, com 990,28 mil sacas, e, finalmente, o café solúvel do México exportado teve redução de 6,5%, com 674,99 mil sacas, também em comparação com o período anterior. Do lado dos importadores, os Estados Unidos, a Federação Russa, as Filipinas, a Alemanha e a Polônia foram os principais destinos das exportações de solúvel no período de outubro de 2018 a julho de 2019.
Visite o site do Observatório do Café para ler na íntegra o Relatório sobre o mercado de Café – agosto 2019, da OIC, pelo link:
Confira as ANÁLISES (Análises e notícias da cafeicultura) divulgadas pelo Observatório do Café no link abaixo:
http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/imprensa/noticias
Acesse também as publicações sobre café e portfólio de tecnologias do Consórcio Pesquisa Café:
http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/publicacoes/637
Leia sobre a Evolução da cafeicultura brasileira nas últimas duas décadas pelo link:
Por: Lucas Tadeu Ferreira / Jamilsen Santos – Embrapa Café