O Diretor Executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Celírio Inácio, foi o convidado do primeiro episódio do projeto ABIC Mercado Convida. Na ocasião, ele falou sobre a variação de preços na indústria cafeeira. O programa, que está disponível no YouTube e é apresentado pelo consultor e especialista no mercado de cafés Marcus Magalhães, é uma iniciativa da entidade para auxiliar, através da educação, os seus associados no desenvolvimento dos seus negócios.
Diante de um momento desafiador, economicamente agravado pelo cenário da pandemia, a principal preocupação da Associação é com a indústria, mas também com toda a cadeia produtiva. A alta do dólar e, consequentemente, o aumento do valor das matérias-primas tão necessárias para a produção, impacta diretamente o valor do produto final.
Preço do café nas gôndolas
Nas gôndolas, o reajuste de preço do café atingiu a média de 1,35%, de acordo com dados levantados pela ABIC, muito abaixo dos 52% de aumento na média dos produtos considerados básicos, como leite, arroz, óleo de soja e feijão. Entre o período de dezembro de 2019 a abril de 2021, o acréscimo pode ser justificado por conta da elevação dos preços dos insumos necessários para abastecer esse setor, como combustível, salários e energia, cuja média subiu para 23%.
“A indústria do café foi reconhecida, desde o início da pandemia, como um serviço essencial. Ela teve a oportunidade de reagir, no entanto, observamos um aumento no custo financeiro que a indústria não acompanhou. Aqui, nós não temos a intenção de mostrar para a indústria o que ela tem que fazer. No entanto, é muito necessário que nesse momento a indústria entenda o seu papel de sobrevivência”, explicou o Inácio.
Realinhar preço para sobrevivência de mercado
Em 2020, o Brasil consumiu 21,3 milhões de sacas, cerca de 33% de toda a produção interna, o que mostra a importância do setor para a economia nacional. Marcus Magalhães observando os dados apresentados destacou: “é possível perceber que o preço do café no varejo foi o que menos encareceu durante nesse período, principalmente, em comparação com a variação dos valores das sacas de café cru Conilon e Arábica, que aumentaram respectivamente 46% e 50%”.
A principal questão levantada durante o primeiro episódio do ABIC Mercado Convida foi a de passar as informações de forma correta para que os produtores e industriais entendam que realinhar os preços é necessário para a sustentabilidade do negócio. Não se trata de um aumento sem explicações, mas de comprovar para os fornecedores do setor de que esse reajuste obedece a uma lógica de sobrevivência de mercado.
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Inácio finalizou salientando que nenhum dos lados está satisfeito com a alta nos preços e destaca que a indústria absorveu os aumentos nos insumos, sem repassar ao consumidor. A bebida é presente em 98% dos lares brasileiros. Ou seja, ele não é somente um produto econômico, mas também é importante para a saúde e cultura do país. Os esforços da ABIC estão focados em um café puro, de qualidade e acessível, desde que remunere toda a cadeia de forma justa.
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Redação: Usina da Comunicação