EMATER–MG lança cartilha sobre prevenção do coronavírus durante a colheita do café

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08/05/2020
Publicado em
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Publicação recomenda medidas específicas de prevenção durante o transporte de trabalhadores, alojamento, refeitório e trabalho de campo, além de boas práticas de colheita

É chegada a época da colheita da safra do café de 2020, e Minas Gerais, maior estado brasileiro produtor de café, deverá colher em torno de 30 milhões de sacas de 60kg, volume físico que representa mais ou menos 50% da safra nacional, produzidos em aproximadamente 460 municípios mineiros. Assim, os produtores terão o grande desafio de mitigar a contaminação do novo coronavírus, que causa a COVID-19, doença altamente contagiosa que pode implicar infecções respiratórias graves e, em casos extremos, levar a óbito.

Com o objetivo de auxiliar os produtores mineiros a enfrentar essa nova dificuldade, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais – Emater-MG lançou a cartilha “Orientações sobre prevenção ao coronavírus durante a colheita do café”, a qual contém um conjunto de informações básicas de prevenção ao vírus nesta importante etapa de produção de café.

Segundo a cartilha, a transmissão do coronavírus pode acontecer no contato com uma pessoa infectada, por exemplo, mediante um simples aperto de mão, e ainda por gotículas de saliva quando ela fala, tosse ou espirra. Também é possível contrair esse vírus pelo contato com objetos ou superfícies contaminadas, pois estudos indicam que o coronavírus pode sobreviver em superfícies de vidro, metal, papel e plástico por vários dias, caso essas superfícies não sejam higienizadas adequadamente. Desse modo, para evitar a contaminação, aconselha-se o distanciamento de pelo menos dois metros entre as pessoas, uso de máscaras, bem como a higienização sistemática das superfícies mencionadas.

As recomendações básicas contidas na cartilha “Orientações sobre prevenção ao coronavírus durante a colheita do café” devem ser adotadas em qualquer ambiente, seja em casa ou na lavoura. São elas: lavar as mãos com frequência ou higienizá-las com álcool em gel 70%; não utilizar as mãos para cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirar, mas usar um lenço ou o braço; evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas; manter um distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas; evitar aglomerações e permanecer em casa sempre que puder. Pessoas com sintomas de gripe devem ser afastadas de suas atividades, e as que tiverem mais de 60 anos ou forem portadoras de doenças respiratórias, cardíacas ou diabetes fazem parte do grupo de risco e devem permanecer em suas casas.

Transporte – especificamente em relação aos cuidados que devem ser adotados no transporte dos trabalhadores para a colheita do café, a cartilha estabelece as medidas de prevenção que consistem em orientar os produtores que, ao transportar trabalhadores, devem limpar bem o veículo e borrifar no seu interior, antes e depois das viagens, uma solução de água com 10% de água sanitária, assim como disponibilizar álcool em gel 70% para higienização das mãos dos trabalhadores. Nos trajetos, as janelas do veículo devem ser mantidas abertas e deve ser respeitada a distância mínima de dois metros entre os passageiros, que devem usar máscaras, assim como o condutor do veículo. E, ao chegar na propriedade, os trabalhadores e colaboradores devem lavar corretamente as mãos com água e sabão.

No caso dos trabalhadores que forem dormir em alojamentos durante os meses da colheita, os produtores deverão adotar providências para que o ambiente seja ventilado, higienizado diariamente e tenha disponibilidade de chuveiros, torneiras, água e sabão para a higiene pessoal. Além disso, as camas do alojamento devem ficar à uma distância mínima de dois metros entre elas, e os armários, toalhas e roupas de cama não devem ser compartilhadas. E, ainda, devem disponibilizar álcool em gel 70% para a higienização das mãos.

Refeitório – as propriedades que possuírem refeitórios devem se adaptar e adotar medidas especiais neste ano, tais como:

  • Disponibilizar álcool em gel 70%, sabão e água, com orientação de uso para higienização das mãos dos trabalhadores;
  • Propriedades que oferecem refeições devem servi-las no sistema de marmitas individuais. Além disso, deve-se evitar aglomeração de pessoas no refeitório e definir horários de alimentação diferentes para grupos pequenos. A distância mínima entre as pessoas também deve ser de dois metros;
  • Não compartilhar talheres ou outros objetos como pratos, copos e toalhas de rosto;
  • Para a limpeza doméstica, são recomendados produtos usuais de limpeza, mas dando preferência à solução de água com 10% de água sanitária para desinfetar as superfícies.

Colheita e pós-colheita – nas tarefas de colheita e pós-colheita, a cartilha da Emater–MG, que também pode ser lida e obtida na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, orienta, entre outras, as seguintes medidas de prevenção contra o novo coronavírus:

  • Racionalizar a mão de obra a ser utilizada em cada etapa, reduzindo o número de pessoas envolvidas, evitando aglomerações. Assim como, separar as lavouras em talhões e iniciar a colheita nos talhões em que os frutos amadurecem mais cedo e continuar as tarefas de acordo com a maturação da lavoura;
  • Priorizar a contratação de mão de obra local. Além de contribuir para a economia da região, também evita a importação de casos de Covid-19 de outras localidades;
  • As autoridades de saúde recomendam que pessoas com mais de 60 anos e as portadoras de doenças como diabetes, doenças cardíacas e respiratórias devem permanecer em casa;
  • Observar as condições de saúde dos colaboradores, pois os que apresentarem sintomas como coriza, espirros, tosse, febre e falta de ar devem ser afastados das atividades. No caso dos três últimos sintomas, o trabalhador deve ser orientado a procurar atendimento médico;
  • Se possível, todos os trabalhadores devem ser submetidos à verificação do estado febril, com uso de termômetro digital de testa. Pessoas em estado febril não devem participar dos trabalhos. E receber na propriedade apenas pessoas que são realmente necessárias ao trabalho, respeitando todas as normas de prevenção da Covid-19;
  • Revisar e limpar com antecedência, lavadores, descascadores, secadores e máquinas de beneficiar café, além de outros equipamentos utilizados;
  • Estabelecer horários diferentes para início das atividades, e separar os colhedores por talhões ou carreiras. Na derriça do café, manual ou com derriçadeiras, programar para que cada fileira seja colhida pela(s) mesma(s) pessoa(s), mantendo a distância mínima de dois metros entre elas;
  • Não compartilhar ferramentas e equipamentos de colheita, como peneiras, lonas, sacarias, rastelos, entre outras, os quais devem ser de uso pessoal. E realizar a higienização das mãos, máquinas e dos equipamentos antes e após o uso. Finalmente, todas as atividades coletivas que envolvam contato com outras pessoas devem ser feitas utilizando-se máscaras de proteção.

Por fim, a cartilha da Emater-MG salienta e orienta que, além das precauções recomendadas contra o coronavírus, é necessário que os produtores mantenham foco nas boas práticas da colheita, as quais também estão descritas na cartilha, e valem a pena serem conferidas, de modo a garantir um café de boa qualidade e que resulte em melhor remuneração para os cafeicultores.

Acesse o conteúdo da cartilha “Orientações sobre prevenção ao coronavírus durante a colheita do café” na íntegra, pelo link:

http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/publicacoes_tecnicas/cartilha_cafe_covid_Emater_MG.pdf

COVID-19: saiba como mitigar os efeitos do coronavírus na cafeicultura pelo link:

http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/publicacoes/637#aa

Confira as ANÁLISES (Análises e notícias da cafeicultura) divulgadas pelo Observatório do Café no link abaixo:

http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/imprensa/noticias

Acesse também as publicações sobre café e portfólio de tecnologias do Consórcio Pesquisa Café:

http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/publicacoes/637

TEXTO: Chefia Adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café – Thiago Cavaton e Lucas Tadeu Ferreira

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