Especialistas apresentaram as tendências econômicas e de consumo de café, bem como analisaram o atual cenário econômico do Brasil e do mundo
O segundo dia do 29º Encontro Nacional da Indústria de Café (ENCAFÉ), organizado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) e com patrocínio do SEBRAE, foi iniciado com a palestra de Maílson da Nóbrega, Economista e Ex-Ministro da Fazenda, que analisou o atual cenário econômico do Brasil e do mundo.
Em paralelo, as competições do 1º Campeonato Brasileiro de Blends de Café avançaram, com os finalistas realizando a torra dos cafés arábicas e canéforas apresentados. Hoje, os três competidores deverão criar um blend exclusivo de Café Especial, que será avaliado pelo júri especializado. O público do evento também poderá degustar as bebidas e eleger a que mais
agradou.
Cenário econômico mundial e as tendências no consumo de café
Maílson da Nóbrega abriu o seu painel com um balanço econômico sobre o primeiro ano do atual Governo Federal e mostrou como a avaliação desse quesito oscilou ao longo do período. Segundo o especialista, a avaliação econômica e o prestígio ambiental do país melhoraram no exterior, o que contribui para o aumento da confiança dos investidores.
O Ex-Ministro também falou sobre o momento geopolítico complexo que o mundo enfrenta:
“O cenário global atual é desafiador. Há inúmeros eventos que são desfavoráveis para o desenvolvimento da economia global, como a Pandemia da Covid-19, a Guerra da Ucrânia, a quintuplicação do frete marítimo e o recente conflito que envolve Israel e a Palestina. Somado
a esses fatores, há, também, uma desaceleração da economia mundial”.
Já o painel “Tendências no Mercado e no Consumo de Café” contou com a participação de Guilherme Morya, Analista Econômico do Rabobank Brasil, e Rodrigo de Mattos, Analista do Euromonitor. Os profissionais citaram as ondas de café e a forma como elas moldaram a demanda e o consumo da bebida no mundo, com destaque para a premiunização do produto.
Apontaram, ainda, para o surgimento de uma quarta onda, formada no pós-pandemia e que está intimamente conectada com o fator da tecnologia. Os especialistas deram dicas para o varejo acompanhar essa transformação: estar presente em todos os lugares. Afinal, o café sempre irá preservar a sua característica de produto social. Explorar ele como ocasião e oportunidade é uma excelente estratégia. A sustentabilidade também aparece como tendência de consumo. As marcas precisam comunicar este valor para o seu consumidor, que a levam cada vez mais em consideração.
ABIC lança Selo Especial
A ABIC escolheu o segundo dia do ENCAFÉ para reforçar o lançamento do Selo Especial, um gesto que reflete o comprometimento da entidade com a percepção do consumidor e com a evolução do mercado. Celírio Inácio, Diretor Executivo da ABIC, comentou:
“Um time de especialistas formado pela ABIC ouviu os consumidores de diversas regiões para entender o que é importante para eles, quais são suas preferências na hora de tomar um café. Agora, conseguimos deixar bem objetivo o que é um Café Especial. Não há mais desencontro de entendimentos. Essa união de estudiosos, indústria e consumidor mostra ao mercado o tratamento dado ao café da produção à gôndola, que precisa ser segmentada. Estamos fornecendo ao consumidor possibilidades de escolha”.
Protocolo Brasileiro de Avaliação Sensorial de Cafés Torrados
Camila Arcanjo, Química e Mestre em Análise Sensorial, e Aline Garcia, Pesquisadora Científica no Instituto de Tecnologia de Alimentos – ITAL, falaram sobre o Protocolo Brasileiro de Avaliação Sensorial de Cafés Torrados ABIC. Dentre os conteúdos apresentados, as especialistas abordaram a importância de características como aroma, acidez e amargor, bem como o fato de a intensidade ser um atributo de alta correlação entre consumidor e especialistas. Explicaram, também, que o café considerado Fora do Tipo é o que sofreu as piores avaliações.
Sustentabilidade na cadeia de café
Embalagem e Sustentabilidade na Cadeia de Cafés foi o tema de outro significativo painel do segundo dia de ENCAFÉ. Representantes das empresas CBA, Camargo, Diadema, Sulprint e Zaraplast apresentaram os esforços e tecnologias do segmento de embalagens, que trazem vantagens para a cadeia sem deixar de lado a responsabilidade com o meio ambiente.