Dia Mundial do Campo: Saiba como o solo é preparado para o café

Etapa é uma das mais importantes para a cafeicultura

Dia Mundial do Campo (unsplash)
Crédito: Unsplash
05/05/2022
Publicado em

O café passa por um longo processo até chegar na xícara do consumidor. Essa jornada se inicia no campo, onde os cafeicultores plantam e cuidam do solo para que o cafezeiro possa crescer firme e forte, rendendo bons frutos para a produção da segunda bebida mais consumida do Brasil.

Em razão do Dia Mundial do Campo, comemorado hoje, 5 de maio, o Jornal do Café explica algumas etapas importantes para o solo.

A busca pelo solo ideal

A terra deve ser um ambiente favorável ao pleno desenvolvimento do cafeeiro. Isso envolve a necessidade de características físicas, químicas e biológicas. No entanto, essas condições nem sempre estão disponíveis naturalmente. Anísio Diniz, pesquisador da EMBRAPA Café, explica que as lavouras, em sua maioria, foram estabelecidas em áreas sob solos de baixa a média fertilidade, e demanda um trabalho de preparação: “A pobreza desses solos e a necessidade das mudas em receber nutrientes nos teores adequados, exigem que os cafeicultores busquem formas eficientes para a correção da acidez do solo e de uma adubação equilibrada para a nutrição das plantas de cafés”, explica.

[No Dia do Industrial de Café, uma mensagem para os profissionais do setor]

Assim, os agricultores precisam se preocupar em avaliar o solo de plantio, visando a correção da acidez, do teor de matéria orgânica e da disponibilidade de nutrientes para as plantas. O relevo também deve ser considerado, pois cada espécie de grão precisa de uma altitude diferente. Os cafés da espécie robusta são mais resistentes, crescem em níveis menores e produzem em menos tempo. Já o arábica deve ser cultivado em altitudes mais elevadas, clima ameno e exige cuidados especiais.

Diniz destaca que o conhecimento da textura do solo também é necessário, pois essa característica pode influenciar na dosagem e no parcelamento da calagem (correção da acidez), na adubação e na gessagem (correção do alumínio tóxico em subsuperfície).

Na hora do plantio

Ao plantar as mudas, elas devem ser colocadas em sulcos e/ou covas com a fertilidade do solo corrigida. Em alguns casos, pode ser necessário o chamado plantio em nível, técnica recomendada para terrenos íngremes, onde cada linha do terreno funciona como um obstáculo para a água, que diminui sua velocidade em caso de enxurrada, reduzindo a possibilidade de erosão.

Depois, é necessário nutrir o solo. O pesquisador explica que a adubação ocorre em dois períodos: primeiro, de agosto a dezembro, período em que os pés de café estão em crescimento vegetativo e, após as primeiras chuvas, de setembro a outubro, emitem a florada e, posteriormente, a expansão dos frutos. Segundo, de janeiro a março, período em que há maior necessidade de nutrientes para a granação dos frutos.

O especialista comenta que é preciso sempre acompanhar o estado nutricional das plantas. Caso algum nutriente esteja em níveis não adequados, adubações por meio das folhas podem ser necessárias para complementar os teores exigidos. Cada fase da vida do cafeeiro requer uma dosagem diferente de substâncias, o que também precisa ser monitorado.

Tecnologias disponíveis para o cafeicultor

Diniz apontou que a EMBRAPA desenvolveu algumas tecnologias para ajudar o cafeicultor no trabalho do cultivo. Uma delas é o processo de Estresse Hídrico Carregado, elaborado para viabilizar e otimizar a cafeicultura irrigada do Cerrado brasileiro. O método consiste na interrupção das irrigações até 70 dias no período mais seco e frio do ano, retornando quando a temperatura aumentar. Devido à maior uniformidade na floração e na maturação dos frutos o produtor consegue maior produtividade, mais qualidade e menor custo na produção.

Outra ferramenta pesquisada pela instituição é o cultivo de braquiárias nas entrelinhas do cafezal. Com baixo custo e de fácil implantação, esse modelo de produção melhora a estrutura do solo e aumenta em 15% a 20% a capacidade de absorção de água.Para saber mais sobre essas e outras tecnologias, visite o Observatório do Café.

Acesse o Jornal do Café para mais informações. Confira!

Redação: Usina da Comunicação

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