Instituída no dia 26 de agosto de 1973, o Dia Internacional da Igualdade Feminina é uma homenagem à conquista do voto feminino nos EUA, que ocorreu 53 anos antes, durante a década de 20. Ao longo das décadas, muitas outras conquistas foram alcançadas, e várias mulheres se destacaram em diversos campos.
A cafeicultura, apesar de ser um setor ocupado majoritariamente por homens, tem se aberto cada vez mais para mudar esse perfil. Dayse Erthal, do Café Fazenda Goiabal, vencedora do 18ª Concurso Nacional Safra da ABIC, é a quinta geração de produtores de café da família, e lembra que seu gênero causou estranheza inicialmente: “O trabalho na agricultura, em geral, foi por muitos anos de maioria masculina. Mas, com competência e expertise, vamos criando nosso espaço”.
[Mulheres marcam presença no setor do café]
Mercado está mais aberto à mulheres
Para Dayse, o mercado de cafés especiais têm abraçado mais a atuação feminina: “Há muita necessidade de cuidado e de atenção. Executar os processos da maneira e na ordem correta, com muito capricho e zelo pelo fruto. Essas características refletem no produto final, e o setor percebe que qualidade independe de gênero.”
Mariana Martins, do Sítio São José, campeã duas vezes do Concurso Nacional Safra, também está no setor há muito tempo, vindo de uma família que atua há mais de 50 anos na área. Ela compartilha da opinião que a cafeicultura está mais aberta para mulheres: “Os compradores estão mais atentos às nossas produções. Tudo que é feito com atenção e dedicação gera bons resultados.”
Ambas destacam a importância dos concursos para dar evidência para as mulheres do setor, nas palavras de Dayse: “A divulgação dos feitos é o que valida nosso trabalho e traz visibilidade. O próprio concurso da ABIC foi feito sem revelar quem eram os produtores nas provas, e duas mulheres venceram, em suas respectivas variedades”
Como recado para as mulheres que anseiam por entrar nessa indústria, elas enfatizam a necessidade de persistência e estudo. Mariana reforça: “Tem que gostar do que se faz. É preciso ter consistência na atividade, para encarar as atividades e dificuldades que surgem.” Dayse corrobora o sentimento: “O café é feito de processos, e são muitos até chegarem na xícara, por isso é preciso ter muito conhecimento e determinação para fazer o melhor.”
Redação: Usina da Comunicação.