Conheça o crédito rural mais verde que beneficia cafés do Brasil e marca ano agrícola 2021/22

Além de ser um importante estímulo para a adoção de tecnologias e boas práticas no campo, o programa fortalece a sustentabilidade na cafeicultura nacional

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Crédito: Divulgação
09/08/2021
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O novo ano agrícola brasileiro, que teve início em primeiro de julho, será apoiado por uma política de crédito rural voltada ao fomento de práticas produtivas que atendam a critérios ESG, com destaque para o pilar ambiental.

Segundo a gestora de Sustentabilidade do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Silvia Pizzol, esse é um importante estímulo para a adoção de tecnologias e boas práticas no campo, principalmente, por pequenos e médios produtores, visando o desenvolvimento de sistemas produtivos mais resilientes às mudanças climáticas e que geram externalidades positivas para a sociedade.

Plano Safra

Ela destaca que esse Plano Safra mais verde fortalece a sustentabilidade da cafeicultura brasileira, que é desenvolvida por um grande contingente de agricultores familiares. O Censo Agropecuário 2017, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que 78% dos produtores de café do Brasil são familiares e se enquadram como beneficiários das linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

“Com acesso a taxa de juros diferenciadas – até 65% inferiores em relação ao custo dos outros financiamentos, esses cafeicultores ganham um impulso adicional para avançar em boas práticas ambientais com o Pronaf Bioeconomia, que agora passa a disponibilizar crédito para a implantação de sistemas agroflorestais e produção de bioinsumos”, explica.

Silvia aponta que o Programa para Redução de Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (ABC) também foi turbinado no atual Plano Safra. O volume de recursos dobrou em relação ao ano anterior, atingindo R$ 5,05 bilhões, denotando a priorização de investimentos em boas práticas e tecnologias baseadas na ciência, que geram externalidades ambientais positivas.

“Além da implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, sistemas agroflorestais, plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, entre outros, a partir deste mês, o Programa ABC passa a financiar a produção de bioinsumos, a geração de energia renovável nas propriedades rurais, para consumo próprio, e a adoção de práticas conservacionistas dos recursos naturais, incluindo correção da acidez e da fertilidade do solo”, relata.

A gestora de Sustentabilidade do Cecafé aponta que o Plano Safra 2021 também deixou o custeio agrícola mais verde, autorizando os produtores a financiar a aquisição de insumos para restauração e recuperação de áreas de vegetação nativa nas propriedades rurais e a compra de bioinsumos, como os inoculantes para a fixação biológica de nitrogênio.

Adicionalmente à política oficial de crédito rural, fontes alternativas para investimentos com critérios ESG também crescem no Brasil. De acordo com o diretor geral do Cecafé, Marcos Matos, um relatório recente da organização internacional Climate Bonds Initiative (CBI) aponta que, de maio de 2015 a fevereiro de 2021, a emissão acumulada de títulos verdes, sociais e sustentáveis atingiu US$ 10,8 bilhões, com notável expansão no primeiro bimestre deste ano.

“Avanços regulatórios como a criação dos Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) e as propostas da Agenda de Sustentabilidade do Banco Central do Brasil, em desenvolvimento, tendem a estimular a ampliação da escala do mercado brasileiro de títulos sustentáveis”, analisa Matos.

Ele menciona ainda que o financiamento mais orientado ao fomento de práticas ESG consolida o compromisso do agronegócio brasileiro em avançar no desenvolvimento de paisagens produtivas resilientes e sustentáveis, “que contribuem para a segurança alimentar global, o desenvolvimento social e econômico do país e a redução das emissões de gases de efeito estufa”.

O diretor do Cecafé recorda que o sucesso dessa política de crédito passa por programas de capacitação e treinamento dos produtores, visando à adoção de boas práticas e inovações tecnológicas. “A mensuração dos avanços alcançados no campo é outro aspecto fundamental para que haja credibilidade na divulgação dos diferenciais de sustentabilidade da agricultura brasileira”, completa.

Nesse sentido, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil tem contribuído com seus projetos na área de responsabilidade socioambiental e sustentabilidade, fortalecendo a adoção de práticas ESG na cafeicultura brasileira.

“Em sintonia com os anseios do mercado consumidor internacional de café, por meio de nosso projeto Produtor Informado, o Cecafé incentiva a inclusão digital e capacita pequenos agricultores e trabalhadores rurais para o desenvolvimento de uma cafeicultura mais sustentável”, explica Silvia.

O Produtor Informado, complementa a gestora de Sustentabilidade, constitui-se em importante ferramenta para somar aos esforços dos gestores públicos, “disseminando no campo as boas práticas e tecnologias que estão sendo fomentadas pelo novo Plano Safra”.

Para avaliar o estado da arte da cafeicultura de baixo carbono, em sintonia com o Programa ABC, o Cecafé desenvolve, atualmente, um projeto piloto para quantificar as emissões e remoções de gases de efeito estufa (GEE) nas três principais regiões produtoras de café de Minas Gerais.

“Essa iniciativa contribuirá para dar maior transparência e credibilidade às comunicações sobre a sustentabilidade da cafeicultura brasileira e para o aprimoramento de políticas públicas em benefício de todos os segmentos da cadeia produtiva”, argumenta Silvia.

O diretor geral do Cecafé afirma que a sustentabilidade já é o norte que orienta a evolução contínua da cadeia produtiva do café.

“O foco das políticas públicas para o reforço da adoção de práticas ESG e a parceria com o setor privado para sua disseminação no campo, bem como todo o trabalho conjunto de comunicação voltado à promoção da imagem, garantirão que o país continue atendendo, com excelência, à crescente demanda mundial pelos cafés do Brasil”, conclui Matos.

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Redação: Cecafé

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