MERCADO EXTERNO
Apesar da semana em queda, a sexta-feira foi de aumento no preço para o café arábica. Com os estoques baixos de café certificado e previsões de mais seca no estado de Minas Gerais, o que ajudou a frear um pouco a queda.
Destaca-se também a disparada do dólar no final da semana, que ajudou a elevar os preços recebidos pelo o produtor.
O café conillon seguiu a tendência, com preços futuros em alta, fechando a semana cotado a US$1358/t, mas ainda com a tendência de baixa para a próxima semana.
A tendência de baixa vem das recentes chuvas sobre Minas Gerais, que afastaram o temor de uma grande quebra na produção brasileira, da entrada de café colombiano e da América Central no mercado e do problema da volta do coronavírus na Europa, pois alguns países voltam a colocar em prática políticas de isolamento.
Nesse cenário, aceleraram os embarques de café brasileiro no mês de agosto e, em setembro, foram 2,28 milhões de sacas, o que também é um fator de baixa de preços no mercado internacional.
Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), o consumo mundial deve atingir 168,39 milhões de sacas de café para o período safra 2019/20, com sobras de 952.000 sacas.
MERCADO INTERNO
Mesmo com as exportações 44% superiores às vistas no mesmo período no mês de setembro do ano passado, segue a dificuldade com a armazenagem do café brasileiro, visto que muitos produtores ainda esperam uma melhora nos preços para vender parte do produto.
Com isso, o mercado foi morno, apesar das altas vistas na quinta e na sexta-feira, com uma expectativa de que dólar e preços internacionais se recuperem um pouco. O preço do café, aliás, se descolou de outras commodities no período, subindo muito mais rapidamente e também caindo muito mais rápido do que outras importantes commodities.
Assim, os preços no mercado interno tiveram uma queda menor do que os preços externos, mas também apresentaram uma valorização mais tímida na sexta-feira.
A demanda interna deve seguir melhorando, o que é uma boa notícia para o produtor, com a reabertura de shoppings em muitas cidades que ainda estão sob efeitos fortes da quarentena e a maior flexibilização no protocolo naquelas que já haviam permitido a abertura.
DÓLAR
Escândalos em bancos grandes bancos causaram uma fuga de capitais para o dólar, dificuldades da aprovação de um novo pacote nos EUA e a segunda onda de coronavírus na Europa fizeram o investidor se proteger no dólar, que saiu de R$ 5,37 e fechou a semana cotado em R$ 5,54.
Para a semana que vem, a não ser que dados positivos sobre a economia mundial sejam divulgados, a tendência é de nova alta, como indicado pelos contratos de futuro.
DESTAQUE DO ANALISTA
As tendências de baixas ainda seguem muito fortes no curto prazo, não devendo haver mudanças nessa tendência nos próximos dias, o que pode ainda se agravar pela entrada de cafés de outros países no mercado internacional.