Com faturamento de R$ 273,5 bilhões, atacado distribuidor cresce 4,5% em 2019

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28/05/2020
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O estudo do Ranking ABAD/Nielsen 2020 – ano base 2019, realizado pela ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores em parceria com a consultoria Nielsen, aponta que o setor atacadista e distribuidor atingiu em 2019 faturamento de R$ 273,5 bilhões, a preço de varejo, revelando uma participação de 53% no mercado mercearil nacional, que é avaliado pela Nielsen em R$ 516,2 bilhões em 2019. É o 16º ano consecutivo em que a participação do setor permanece superior a 50%, reforçando sua abrangência e importância na economia brasileira. No ano passado, o atacado distribuidor registrou crescimento nominal de 4,5% e real de 0,19% sobre o ano anterior. O dado real foi deflacionado pelo índice oficial de inflação (IPCA) calculado pelo IBGE para 2019, que foi de 4,31%.

O Ranking ABAD/Nielsen, publicado desde 1994, analisa anualmente os resultados e a atuação dos agentes de distribuição de todo o país, com informações relevantes para orientar planos estratégicos e investimentos do Canal Indireto.

O estudo traz também uma radiografia individual de todas as empresas participantes do Ranking, que neste ano somam 667 respondentes. O faturamento conjunto dessa amostra em 2019 foi de R$ 123,4 bilhões (a preço de varejo), o que equivale a uma significativa fatia de 45,2% do faturamento do setor.

Nelson Barrizzelli, coordenador de projetos da FIA

Para Nelson Barrizzelli, coordenador de projetos da FIA – Fundação Instituto de Administração, “o atacado distribuidor continua a desempenhar bem seu papel de levar produtos industrializados de amplo consumo aos mais de 5.500 municípios do país. Sem ele, não seria possível manter o abastecimento atual.” Ele também destaca que até mesmo com a competição mais acirrada e a queda do poder aquisitivo do brasileiro, o setor se fortaleceu e apresentou crescimento real.

Emerson Destro, presidente da ABAD, atribui a participação expressiva do setor no mercado à força do varejo independente. “É o canal indireto, fortalecido pela indústria, que abastece o pequeno e médio varejo, que está em crescimento. Esse movimento mostra a importância do setor atacadista distribuidor tanto no aspecto econômico quanto no social.”

Destro destaca ainda que a expectativa do setor antes da Covid-19 era positiva, com sinais promissores na economia, principalmente no início de 2020. “As empresas que atendem o varejo alimentar tiveram um primeiro quadrimestre positivo, de crescimento, embaladas pelo otimismo dos primeiros meses do ano e até pelo incremento provocado pela corrida da população aos supermercados no início da pandemia. Mesmo em abril, com o receio de desabastecimento debelado, o aquecimento se manteve”, ressalta.

Emerson Destro, presidente da ABAD

A expectativa positiva, porém, deve começar a arrefecer no segundo quadrimestre, em razão do aumento do nível de desemprego e, consequentemente, do poder aquisitivo. “Acredito que o consumo será mais racional, mais voltado para produtos essenciais e de primeira necessidade. Já começamos a perceber esse movimento em abril, com uma escolha mais diversificada de marcas e itens de menor valor agregado”, afirma o presidente da ABAD.

Daí para frente, segundo Destro, o desafio das empresas do setor estará na adequação do portfólio oferecido ao varejista, a fim de reduzir o impacto da crise no ambiente de negócios. “Como somos um setor essencial, que vende produtos de primeira necessidade, a expectativa, no fim do ano, é de equilíbrio no faturamento. Mas temos consciência de que é um ano totalmente atípico, e o tamanho do desemprego e, consequentemente, da confiança do consumidor, vão ser determinantes”, conclui.

*Trecho de matéria do Portal NewTrade. Leia na íntegra em https://newtrade.com.br/atacado/com-faturamento-de-r-2735-bilhoes-atacado-distribuidor-cresce-45-em-2019/

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