Café também dá Samba!

Café e Samba são parte vital da nossa cultura, logo, não surpreende que a bebida tenha servido de inspiração para diversas canções do gênero.

Café e Samba abic
25/02/2022
Publicado em

Já sabemos que o café é uma bebida tipicamente brasileira e, poucas coisas são tão nossas quanto um cafezinho após o almoço, ou à tarde acompanhado de uma fatia de bolo de fubá. Outro importante símbolo nacional é o samba, nosso principal ritmo musical, que encanta pessoas dentro e fora do Brasil.

Logo, não é surpresa alguma que esses dois pilares da nossa cultura, por vezes, se cruzaram ao longo da história, dando origem a canções relacionadas à bebida que está tão entranhada no cotidiano do brasileiro. 

Em 1965, um dos maiores cantores e compositores da música brasileira, Vinicius de Moraes, se inspirou no café para compor a canção “Samba do Café”, sua maneira de prestar homenagem a esse grão tão importante para nossa história. A canção também conta com a colaboração de outro grande nome, o violonista Baden Powell, que além de reverenciar o sabor e o aroma do produto, faz comparação entre ele o amor por uma mulher.

MPB

‘O seu café vai ser doce
Como se fosse um carinho
O seu café vai ser doce
Como se fosse um beijinho
De uma mulher
Que faz um bom café
Lá no Brasil! Lá no Brasil!”

Confira aqui: Samba do Café – Vinícius de Moraes (1965)

SAMBA

Escolas de samba também já colocaram a bebida em destaque nos seus sambas enredos para agitar muitos carnavais. A Acadêmicos do Salgueiro, em 1992, levou para a passarela do samba a música “O Negro Que Virou Ouro”, onde o carnavalesco Mário Borriello decidiu fazer um breve panorama da história do café,  com suas origens na Arábia, e também destacar a presença do mesmo na rotina brasileira, fazendo parte até mesmo de algumas superstições populares.

‘Filosofia de esquina
Cafezinho no balcão
Tem até quem admite
Que ele dá bom palpite
Na loteria popular’

Confira aqui: Salgueiro 1992 – O negro que virou ouro nas terras do Salgueiro

Nos anos 2000, foi a vez da X-9 Paulistana, com o samba “Quem é Você, Café?”, que se tornou a escola campeã daquele ano, ao lado da Vai-Vai. Desenvolvido pelo carnavalesco Lucas Pinto, a canção focou na chegada do café no Brasil, em 1730, e também na crise de 1929. Os carros e as fantasias da escola traziam em sua decoração as folhas da planta de café, além da forte presença do vermelho, cor do fruto. A música, similar ao que a Salgueiro fez nos anos 90, também lembrou das características “sobrenaturais” do drinque, fazendo menção a leituras de borras para prever o futuro.

‘E há quem diga que nas borras viu
A sorte desenhar o seu amanhã
Que eu sonhei
E no meu sonho eu vi, tudo colorir
E perfumar a cidade inteira
Na mais linda cor, no mais quente sabor
Da raça brasileira’

Confira aqui: X-9 PAULISTANA – 2000 (Quem é Você, Café!)

A Mocidade Unida da Glória, escola do Espírito Santo, também foi campeã quando trouxe sua composição sobre café para a avenida, e um de seus carros alegóricos até mesmo exalava o conhecido aroma durante o desfile, trazendo uma experiência multisensorial para o desfile. A melodia resgata toda a história do fruto, passeando por sua história até chegar na casa dos brasileiros, destacando a participação do estado nesse processo.

‘O Espírito Santo jorra café da veia
A terra mais fértil e sagrada
Da pátria amada mãe gentil
Oh, meu Brasil: É capixaba
Nascendo sementes, quebrando as correntes
Liberdade desejada’

Confira aqui: Samba-Enredo Mocidade Unida da Glória 2006

Quem diria que também dá para sambar com uma xícara de café na mão, não é mesmo? Seja exaltando a sua trajetória, atributos ou usando como metáfora, a bebida sempre serviu de inspiração para diversos compositores, e encantando públicos, seja nos grandes desfiles de carnaval, ou curtindo na tranquilidade do lar, o importante é apreciar boa música com a sua bebida preferida!

Redação: Usina da Comunicação

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