O café é parte importante da história do Brasil. O grão ajudou a moldar o desenvolvimento do país, desde a sua introdução ao território no século XVIII e, também, influenciou alguns hábitos da população. Atualmente, o alimento é parte integral da rotina da maioria dos lares brasileiros e está presente nas diversas regiões do país.
Por possuir dimensões continentais, cada localidade desenvolveu uma maneira própria de lidar com o grão. Uma delas se chama Café de Cambona, receita típica do Rio Grande do Sul e muito praticada pelos gaúchos, que adotaram o costume dos mascates. Ao montarem acampamento para descansar das cavalgadas, um dos membros era eleito para ser o encarregado de fazer o café, enquanto outros faziam mate ou buscavam lenha.
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Como é feito o café de Cambona?
“Cambona” é o nome dado para um utensílio de lata, também conhecido como “chiculeteira”. O responsável pelo preparo da bebida colocava a água para ferver no recipiente, depois retirava do fogo e despejava duas colheres de café em pó. Mexia com a ponta da faca, ou com uma colher, até dissolver tudo e, em seguida, voltava com a cambona à fogueira.
Quando levantava nova fervura, era novamente retirado e um pedaço de madeira em brasa era colocado na bebida, provocando uma ebulição, e se mantinha assim por alguns segundos.
Segundo relatos, o café de cambona tem um aroma forte e agradável. Dependendo do tipo de madeira colocada, a bebida ganha um perfume e sabor diferenciados. Como acompanhamento, era servido um bolo conhecido como “chinelinho”, feito com ovo, farinha, sal e água, frito em gordura bem quente.
Café de Cambona: chamariz para o turismo
Por ser uma prática tão única e difícil de se fazer em casa, muitas empresas de turismo oferecem pacotes para que turistas possam ter a experiência de saborear um legítimo café de cambona. Além disso, muitos eventos giram em torno da receita. Em maio deste ano, o município de São Nicolau, realizou o XIV Café de Cambona, que ocorre a cada dois anos e possui um caráter de integração e confraternização, tradicional da cultura gaúcha.
Redação: Usina da Comunicação.