Santos, 30 de abril de 2.020 – ano 87 – número 18.
Os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque oscilaram menos nesta semana, mais curta no Brasil devido ao feriado do dia do trabalho amanhã. Entre fechamentos em alta e fechamentos em baixa, os contratos com vencimento em julho próximo somaram 45 pontos de baixa até o fechamento de hoje. Ao contrário da última semana, quando esses contratos
recuaram 1080 pontos, mas a forte alta do dólar frente ao real compensou para o produtor brasileiro boa parte das perdas em Nova Iorque, nesta semana a cotação do dólar frente ao real perdeu boa parte do que havia subido na semana passada e assim, apesar da pequena queda na ICE, em reais por saca as perdas em reais esta semana foram bem maiores para nossos cafeicultores.
Essas perdas acabam sendo nominais. Estamos na entressafra e com os armazéns bem vazios. Os poucos lotes que restam estão em mãos de cafeicultores mais capitalizados, que em uma semana de preços em baixa com esta retiram seus lotes do mercado para aguardar preços melhores. Assim, esta semana o mercado físico brasileiro apresentou-se calmo, praticamente paralisado. Nas bases oferecidas pelos compradores não houve interesse vendedor. Saíram alguns poucos negócios com lotes
de café arábica finos, bem preparados, na faixa dos 590 a 620 reais. Continua o interesse por lotes de arábica finos, bastante raros neste final de ano-safra, mas há menos compradores no mercado.
Aparentemente, a maior aversão ao risco dos operadores em Nova Iorque após a queda histórica das cotações do petróleo na semana passada, aumentou com o viés negativo de um relatório, divulgado ontem pela OIC – Organização Internacional do Café, analisando o impacto do covid-19 sobre o consumo mundial de café. As incertezas trazidas pelo avanço da covid-19 em vários países acabaram neutralizando a recuperação do real frente ao dólar esta semana e dificultando uma reação maior das cotações do café em Nova Iorque.
A preocupação dos operadores com os problemas que a covid-19 deve trazer para a colheita da nova safra 2020/2021 e para os embarques de café deverá dar certa estabilidade às cotações na entrada dos cafés brasileiros 2020/2021 no mercado. Nota-se tranquilidade maior em muitos produtores com o fato dos lotes de café vendidos antecipadamente para entrega a partir de julho e agosto terem acontecido em volume maior este ano. Entre os operadores, o porcentual médio estimado de vendas antecipadas é de 35%. Portanto, nos meses iniciais de trabalho, os produtores estarão focados na colheita, benefício e entrega desses cafés vendidos antecipadamente. Também, com inflação baixa, o financiamento para benefício e estocagem está sendo conseguido a juros bem menores, o que permitirá aos cafeicultores programarem com calma a venda do restante da nova safra brasileira 2020/2021.
O presidente do CNC – Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro, informou que para ajudar os produtores diante da realidade de exceção em função da Covid-19, o CNC tem intensificado esforços e trabalhos junto ao governo federal para obter a liberação antecipada dos recursos do FUNCAFÉ – Fundo de Defesa da Economia Cafeeira. Este ano, o Ministério da Agricultura acelerou os trâmites para antecipar o capital ao setor. A expectativa é que os recursos estejam disponíveis nos agentes financeiros ao final de maio, adiantando em praticamente dois meses a disponibilidade.
Com esses recursos, para custeio e comercialização, mais os recursos das vendas antecipadas, os cafeicultores poderão ordenar o fluxo de sua safra, vendendo em momentos oportunos do mercado.
Até dia 29 os embarques de abril estavam em 1.596.438 sacas de café arábica, 211.342 sacas de café conillon, mais 189.548 sacas de café solúvel, totalizando 1.997.328 sacas embarcadas, contra 1.865.657 sacas no mesmo dia de março. Até o mesmo dia 29, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 3.261.257 sacas, contra
3.052.995 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 24 sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 30, caiu nos contratos para entrega em julho próximo 45 pontos ou US$ 0,59 (R$ 3,21) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 17 a R$ 800,23 por saca, e hoje dia 30 a R$ 764,52. Hoje, quinta-feira, nos contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 100 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2019/2020, condição porta de armazém
- R$620/660,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
- R$600/620,00 – FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
- R$540/560,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
- R$490/510,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
- R$450/480,00 – RIADOS.
- R$400/420,00 – RIO.
- R$420/440,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
- R$400/420,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.
- DÓLAR COMERCIAL DE QUINTA-FEIRA: R$ 5,4370 PARA COMPRA.