Santos, 09 de abril de 2.020 – ano 87 – número 15.
A pandemia da covid-19 abala o mundo e levanta sérias questões sobre as medidas mais eficazes para enfrentála. Os indicadores antecedentes da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico apontaram uma queda das atividades jamais vista nas principais economias avançadas e emergentes em março. A OCDE apresentou ontem dois cenários e no melhor deles o comércio internacional declinará 13% em 2020. No pior, 31,9% (Valor Econômico). O mundo entrará em recessão e é pouco provável que a pandemia termine completamente em 2020.
Nesse cenário desolador, o café continuou apresentando um bom desempenho. Os contratos de café na ICE Futures US, principal indicador e termômetro do mercado, continuaram oscilando bastante, mas fecham o balanço da semana (amanhã, sexta-feira santa é feriado) com ganhos de 370 pontos. O ambiente continua sendo de preocupação com o abastecimento, transporte e embarque de café com as restrições ao trabalho com o avanço da pandemia. Também são crescentes as preocupações com as dificuldades que os produtores enfrentarão para colher a nova safra brasileira de café, cujo início coincidirá com os meses de agravamento da pandemia no Brasil, maior produtor, maior exportador e segundo maior consumidor de café do mundo.
A pandemia agora começa a se espalhar pela América latina e central. A chegada da covid-19 à África alarma as lideranças globais. A certeza de que esse quadro irá se agravar nos próximos meses quando, a partir de maio, se inicia a colheita no Brasil, e, a partir de setembro, nos demais países produtores de café, vem dando sustentação aos preços.
O mercado físico brasileiro apresentou-se ativo e comprador por toda a semana. Como sempre, a procura maior foi por lotes de boa qualidade a finos da safra atual. Os preços oscilaram acompanhando as fortes oscilações diárias do dólar frente ao real e o sobe desce constante nas cotações do café na ICE Futures US em Nova Iorque. Fecham a semana útil nesta quinta-feira praticamente nas bases do fechamento da semana passada. Dificultou o bom andamento dos negócios e do mercado o fato de muitas empresas exportadoras, armazéns e prestadoras de serviço estarem trabalhando em regime de “home office” devido às restrições impostas pelo combate à pandemia.
O CECAFÉ divulgou agora no final da tarde que o Brasil exportou em março deste ano 3 122 122 sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído, mantendo o mesmo patamar do volume exportado em março de 2019 (nos três primeiros meses de 2020 foram 9 582 510 scs). A receita cambial gerada no mês com as exportações foi de US$ 423,72 milhões, aumento de 6,1% em relação a março de 2019. Já o preço médio da saca foi de US$ 135,72, alta de 6% na mesma comparação. Com relação às variedades embarcadas no mês passado, o café conilon apresentou um aumento nas exportações, de 30,2% em relação a março de 2019, com 248,5 mil sacas exportadas (8% da participação das exportações por variedade). O café arábica representou 82,2% do volume total de café exportado no mês, com 2,6 milhões de sacas embarcadas, enquanto que o café solúvel representou 9,8% dos embarques, com a exportação de 306 mil sacas (CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Até dia 7, os embarques de abril estavam em 28.024 sacas de café arábica, 5.680 sacas de café conillon, mais 5.506 sacas de café solúvel, totalizando 39.210 sacas embarcadas, contra 53.365 sacas no mesmo dia de março. Até o mesmo dia 7, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 581.626 sacas, contra 640.871 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 3, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 9, subiu nos contratos para entrega em maio próximo 370 pontos ou US$ 4,90 (R$ 24,94) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 3 a R$ 809,35 por saca, e hoje dia 9 a R$ 798,70. Hoje, quinta-feira, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 120 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2019/2020, condição porta de armazém
- R$620/660,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
- R$580/620,00 – FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
- R$550/570,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
- R$500/520,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
- R$450/470,00 – RIADOS.
- R$400/420,00 – RIO.
- R$410/430,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
- R$390/410,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.