Santos, 27 de março de 2.020 – ano 87 – número 13.
Os mercados e bolsas globais tiveram mais uma semana de muita incerteza e tensão com a pandemia de coronavírus, a covid-19 (Coronavirus Disease 2019), crescendo em intensidade e se alastrando pelo mundo.
O mercado de café, que já vinha subindo forte (em nosso último boletim relacionamos os diversos fatores que instigam os operadores), abriu a semana em alta com a insegurança quanto à continuidade dos embarques brasileiros e as dificuldades que os cafeicultores brasileiros enfrentarão para colher a nova safra 2020 a partir de maio. Os trabalhos de colheita e benefício da nova safra coincidirão com os meses de pico da epidemia no Brasil.
Desde o dia 18 até o dia 25, quarta-feira desta semana, os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque vinham em um forte movimento de alta. Os contratos para maio próximo subiram nesse período, seis pregões, 2580 pontos. Ontem, em um movimento de realização de lucros, caíram 530 pontos. Hoje, em um dia de muita tensão, a aversão ao risco dominou as commodities. O barril de petróleo caiu abaixo de 22 dólares no decorrer do dia, arrastando as demais commodities. A cotação do dólar frente ao real disparou, chegando a passar de 2,2% de alta. Nesse cenário tivemos um dia de forte queda para o café em Nova Iorque. Os contratos para maio caíram 880 pontos, levando o balanço da semana a uma queda de 385 pontos.
O mercado físico apresentou-se firme nos três primeiros dias da semana, com o valor das ofertas subindo, e calmo, praticamente paralisado ontem e hoje, quando os compradores baixaram o valor das ofertas acompanhando Nova Iorque. Os poucos negócios que saíram foram praticamente nas mesmas bases praticadas na quarta-feira. Os preços no físico subiram menos do que na ICE no decorrer dos seis pregões de alta e havia condições de pagarem bases pouco abaixo das de quarta-feira última. A forte valorização do dólar frente ao real também contribuiu.
Compradores e vendedores agem com cautela devido ao quadro volátil, instável, da economia brasileira e mundial. Muitos compradores estão trabalhando com equipe reduzida devido à epidemia de coronavírus. Alguns armazéns estão parando e outros trabalhando com equipe reduzida. Muita gente está trabalhando em casa, o que dificulta a comunicação e a agilidade dos negócios.
Produtores hesitam bastante em vender nesse quadro confuso e incerto. Compradores tentam aumentar sua margem na compra alegando os riscos desta situação inédita.
Cumprindo determinações do Governo do Estado de São Paulo e da administração municipal de Santos, desde a última terça-feira o Escritório Carvalhaes está trabalhando em regime de “home office”. Continuamos a trabalhar com a dedicação de sempre e pedimos a compreensão de todos para algumas limitações que possam ocorrer. Contamos com o apoio de nossos parceiros e clientes. Tão logo o combate ao covid-19 permita, voltaremos às condições normais de trabalho em nosso escritório no centro histórico de Santos.
Até dia 25, os embarques de março estavam em 1.568.879 sacas de café arábica, 41.073 sacas de café conillon, mais 134.200 sacas de café solúvel, totalizando 1.744.152 sacas embarcadas, contra 1.602.160 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o mesmo dia 25, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 2.859.209 sacas, contra 2.827.665 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 20, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 27, caiu nos contratos para entrega em maio próximo 385 pontos ou US$ 5,09 (R$ 25,99) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 20 a R$ 795,81 por saca, e hoje dia 27 a R$ 782,48. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 880 pontos. No mercado calmo de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2019/2020, condição porta de armazém
- R$620/660,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
- R$580/610,00 – FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
- R$550/580,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
- R$500/530,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS. R$460/480,00 – RIADOS.
- R$430/450,00 – RIO. R$400/420,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
- R$380/400,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.
- DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 5,1060 PARA COMPRA.