Santos, 13 de março de 2.020 – ano 87 – número 11
Os mercados globais tiveram mais uma semana de pânico, principalmente após a OMS – Organização Mundial de Saúde declarar na quarta-feira que a infecção do coronavírus (Covid – 19) já configura uma pandemia, uma enfermidade epidêmica amplamente disseminada. A confirmação da presença do novo coronavírus (Covid 19) em todos os continentes está
causando preocupação sobre a capacidade de reação global à doença.
O vírus já chegou a mais de 120 países, registra mais de 132 mil infectados e 5 mil mortes segundo a OMS. A epidemia se alastra pela Europa, principalmente na Itália e França, e nos EUA. Medidas inimagináveis foram tomadas ao redor do mundo. O presidente americano anunciou o cancelamento de voos de passageiros entre a União Europeia e os EUA durante 30 dias. Fronteiras foram fechadas em diversos países europeus. Nem o anúncio de que o Fed – “Federal Reserve”, o banco central americano, vai oferecer US$1,5 trilhão em liquidez ao sistema financeiro foi capaz de diminuir o pânico.
No Brasil, ontem, por muito pouco a bolsa de valores não teve suas negociações interrompidas pela terceira vez (circuit breaker) em uma única sessão, o que seria inédito. Na mínima de ontem o Ibovespa chegou a 68 488 pontos, queda de 19,59%, mas encerrou o dia a com perda de 14,78%. Desde o pico de 23 de janeiro, o Ibovespa até ontem acumulava desvalorização de 39,3%. Hoje o índice subiu quase 14% e encerrou a semana , na qual ocorreram quatro “circuit breakers” com queda acumulada de 15,63%. A pior semana desde 2008 (fonte: VALOR Econômico). As ações também subiram hoje em Nova Iorque.
O cenário mundial fortemente negativo levou o mercado de café a uma semana de muita oscilação nas cotações. Os contratos para maio próximo na ICE Futures US em Nova Iorque perderam hoje 210 pontos, mas com o atual aperto na oferta e com a forte alta do dólar, o café esta semana se saiu relativamente bem nesse ambiente pessimista e de pânico global. No
balanço da semana a queda nos contratos para maio foi de apenas 65 pontos. Em reais por saca, os contratos para maio em Nova Iorque fecharam ontem a R$ 689,55 e hoje, sexta-feira, a R$ 680,06. Na sexta-feira passada haviam fechado a R$ 658,20. Portanto, em reais, esses contratos subiram esta semana.
No mercado físico brasileiro, as ofertas permaneceram praticamente nas mesmas bases do final da semana passada, mas são poucos os lotes oferecidos, principalmente de arábicas finos. O ambiente é de muita preocupação e cuidado.
Compradores e vendedores continuaram cautelosos, querendo aguardar um quadro mais claro dos impactos da crise do petróleo e do coronavirus na economia global. Cafés arábicas finos, quando aparecem no mercado em lotes maiores são bastante disputados. Tivemos uma semana de quase paralisia nos negócios de café.
O Porto de Santos exportou mais de 5 milhões de sacas de 60 quilos de café nos dois primeiros meses do ano. Com isso o cais santista respondeu pelo escoamento de 82,2% de nossas exportações de café. Outros 17 portos brasileiros movimentaram café. Os embarques do Rio de Janeiro representaram 12,2% e os do porto de Vitória 2,4%. Paranaguá foi
responsável por 1,55 dos embarques.
O Museu do Café, sediado no histórico Palácio da Bolsa Oficial de Café no centro da cidade de Santos completou ontem 22 anos. Desde 1998 o local se tornou referência brasileira na preservação e divulgação da história da produção e comércio dos cafés do Brasil.
O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de fevereiro foram embarcadas 2.704.974 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 24 % (869.827 sacas) menos que no mesmo mês de 2018 e
22 % (767.812 sacas) menos que no último mês de janeiro. Foram 2.204.455 sacas de café arábica e 218.905 sacas de café conilon, totalizando 2.423.360 sacas de café verde, que somadas a 281.032 sacas de solúvel e 582 sacas de torrado, totalizaram 2.704.974 sacas exportadas em fevereiro último.
Até dia 13, os embarques de março estavam em 460.364 sacas de café arábica, 40.193 sacas de café conillon, mais 25.259 sacas de café solúvel, totalizando 525.816 sacas embarcadas, contra 619.239 sacas no mesmo dia de fevereiro. Até o mesmo dia13, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em março totalizavam 1.510.769 sacas, contra
1.695.323 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 6, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 13, caiu nos contratos para entrega em maio próximo 65 pontos ou US$ 0,86 (R$4,14) por saca. Em reais, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 06 a R$ 658,20 por saca, e hoje dia 13 a R$ 680,06. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em maio a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 210 pontos. No mercado paralisado de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2019/2020, condição porta de armazém.
- R$600/640,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
- R$560/580,00 – FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
- R$540/560,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
- R$480/500,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
- R$450/470,00 – RIADOS.
- R$420/440,00 – RIO.
- R$400/420,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
- R$380/400,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.
- DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 4,8160 PARA COMPRA.