Santos, 17 de janeiro de 2.020 – ano 87 – número 03.
O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de dezembro foram embarcadas 2.999.402 sacas de 60 kg de café. A divulgação dos embarques de dezembro confirma um novo recorde histórico de volume de café exportado pelo Brasil. Foram 40.609.896 sacas de 60,5 kgs exportadas em 2019. O recorde anterior, de 2015, era de 37.018.986 sacas de 60,5 kgs. Crescimento de 10% em volume exportado. Uma ótima notícia que comprova a crescente importância dos cafés do Brasil no consumo mundial de café.
Se somarmos nossa exportação com o consumo interno brasileiro, o segundo maior do mundo, chegaremos a 62 milhões de sacas. Estamos com aproximadamente 37% do consumo mundial de café.
O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café desde meados do século 19. O longo e contínuo investimento brasileiro em pesquisa – sempre é bom lembrar que o pioneiro Instituto Agronômico de Campinas foi fundado em 1887 pelo imperador D. Pedro II e o Instituto Biológico de São Paulo em 1927 – através de vários institutos, universidades e empresas públicas, tendo a EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária como exemplo mais conhecido, contribuiu de modo decisivo para o Brasil expandir sua posição de liderança na produção mundial de café.
A adoção dessas novas tecnologias e processos pelos cafeicultores brasileiros levou ao crescimento contínuo da produtividade e da qualidade dos cafés do Brasil, permitindo afirmarmos que chegaremos a 40% do mercado mundial de café.
O avanço, a partir de 1989/1990, na produção de cafés especiais, com maior valor agregado, possibilitou ao Brasil penetrar em mercados antes dominados por outros países produtores.
Só para continuarmos fornecendo ao mercado o volume vendido em 2019, precisaremos de safras médias ao redor de 63 milhões de sacas. Como o consumo mundial está crescendo 1,5 a 2% ao ano, será necessário aumentar o investimento na produção para conseguirmos manter nossa posição no mercado mundial.
Os baixos preços praticados no mercado de café verde e os a cada ano mais frequentes problemas climáticos são os maiores entraves para o crescimento de nossa produção de café.
Em 2015, ano de nosso recorde anterior, exportamos 37 milhões de sacas e nossa receita cambial foi de US$ 6,16 bilhões de dólares. Em 2019 exportamos 40,6 milhões de sacas e tivemos uma receita cambial de US$ 5,10 bilhões de dólares.
Embarcamos 10% mais em volume para uma receita cambial 17% menor. Fica clara a razão do descontentamento dos cafeicultores brasileiros.
Os contratos de café na ICE Futures US em Nova Iorque oscilaram menos, mas continuaram trabalhando em baixa.
No balanço da semana esses contratos acumularam queda de 680 pontos. As boas chuvas sobre os cafezais do sudeste brasileiro e a divulgação de nossas exportações em 2019 continuaram repercutindo e dificultando os negócios.
O mercado físico brasileiro permaneceu lento por toda a semana. O volume de ofertas cresceu, com muito interesse na compra de café. As bases de preços oferecidas pelos compradores impediram o fechamento de um número maior de negócios.
Existe uma diferença de 20 a 30 reais entre o valor das ofertas e os preços pedidos pelos produtores.
O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil informou que no último mês de dezembro foram embarcadas 2.999.402 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 25 % (1.005.300 sacas) menos que no mesmo mês de 2018 e 8 % (272.133 sacas) menos que no último mês de novembro. Foram 2.349.527 sacas de café arábica e 340.731 sacas de café conilon, totalizando 2.690.258 sacas de café verde, que somadas a 308.194 sacas de solúvel e 950 sacas de torrado, totalizaram 2.999.402 sacas de café embarcadas.
A “Green Coffee Association” divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 6.834.695 em 31 de dezembro de 2019. Uma baixa de 89.142 sacas em relação às 6.923.837 sacas existentes em 30 de novembro de 2019.
Até dia 16 os embarques de janeiro estavam em 838.566 sacas de café arábica, 9.670 sacas de café conillon, mais 60.167 sacas de café solúvel, totalizando 908.403 sacas embarcadas, contra 610.494 sacas no mesmo dia de dezembro. Até o mesmo dia 16, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em janeiro totalizavam 1.863.201 sacas, contra
1.697.883 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 10, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 17, caiu nos contratos para entrega em março próximo 680 pontos ou US$ 9,00 (R$ 37,48) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 10 a R$ 644,02 por saca, e hoje dia 17 a R$ 617,74. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 80 pontos. No mercado paralisado de hoje, são as seguintes cotações nominais por saca, para os cafés verdes, do tipo 6 para melhor, safra 2019/2020, condição porta de armazém:
- R$540/580,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
- R$490/510,00 – FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
- R$470/490,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
- R$440/460,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
- R$420/440,00 – RIADOS.
- R$400/420,00 – RIO.
- R$400/420,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
- R$390/400,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.
- DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 4,1640 PARA COMPRA.