Bloomberg alerta sobre a escassez de café no mundo por coronavírus

plantacao
20/04/2020
Publicado em

Pode não haver trabalhadores suficientes para coletar grãos de café das próximas colheitas em meio a restrições impostas pelo novo coronavírus, fechamento de bancos, redução de horas de trabalho e medo de contágio nas fazendas, relata Bloomberg, mencionando que a pressão é sentida principalmente na Colômbia, Brasil e Peru, que representam quase dois terços da produção mundial de arábica.

No Peru, onde o café é produzido em Puno, os produtores estão deixando a província de Sandia para escapar dos alimentos e outras carências básicas na área. Jimmy Larico, que administra a cooperativa Cecovasa, disse à mídia acima mencionada que muitos abandonam suas fazendas e famílias inteiras estão saindo. Também o fazem a pé, devido a restrições impostas para desencorajar o uso de transporte público. Larico sustenta que toda a colheita está em risco se a quarentena persistir.

No Brasil, um dos principais produtores de arábica, a colheita de grãos de café é amplamente mecanizada, o que pode compensar a falta de trabalho em meio à pandemia, mas na Colômbia ainda é trabalho manual e Muitos casos são mal pagos, resultando em condições de vida precárias para os trabalhadores e espaço pessoal limitado, algo que aumenta o risco de disseminação da covid-19 se alguém for infectado.

Tanto os fornecedores quanto os intermediários já enfrentaram problemas para entrar nas regiões produtoras de café fechadas pelo coronavírus. Além das dificuldades na retirada do produto, é mais difícil transferir pagamentos porque os bancos reduziram o horário em que essas operações podem ser processadas, disse a operadora Sucafina SA, com sede em Genebra.

No mês passado, os preços futuros do café arábica para maio cresceram 15% na Bolsa de Valores de Nova York, onde estavam sendo negociados a US $ 1,2 por libra-peso na quinta-feira em meio ao isolamento doméstico demanda em supermercados.

O risco de escassez de mão-de-obra em certos países produtores de café na América Latina implica que o superávit esperado para a próxima temporada possa ser reduzido ou desaparecer.

Compartilhar: