Pesquisas apresentadas na American College of Cardiology (ACC) mostram que o consumo moderado de café pode estar associado a uma redução no risco de doenças cardiovasculares¹. Miranda, Steluti, Fisberg, Marchioni (2023), demonstram que a ingestão de 1 a 3 xícaras de café por dia (200-300 mg/d) foi associado a uma redução de 55% no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Além dos ácidos clorogênicos, que estão presentes no café possuírem propriedades antioxidantes que ajudam na melhora da função endotelial e na redução da inflamação, fatores importantes considerando a prevenção de doenças cardiovasculares. Dados trazidos pelo presente estudo sugerem que o café pode contribuir significativamente para a ingestão diária de polifenóis. ², ³.
Os feitos da Cafeína na pressão arterial
A relação entre o principal composto ativo do café – a cafeína – e a hipertensão ainda não é conclusiva. Alguns estudos sugerem que o consumo regular de café pode estar associado a uma menor incidência de hipertensão, devido ao desenvolvimento de tolerância aos efeitos hipertensivos agudos provindos da cafeína, porém a ingestão aguda e excessiva de cafeína também pode ser prejudicial, especialmente para indivíduos com risco de hipertensão pelo aumento significativo da pressão arterial nas primeiras horas após a ingestão 4.
O Impacto no Colesterol
Ren, Wang, Xu e Wang (2019), evidenciam que diterpenos, como o cafestol e o kahweol, encontrados em cafés não filtrados (como o café turco e o expresso), têm sido associados ao aumento dos níveis de colesterol LDL. Portanto, a forma de preparo do café é importante no impacto da saúde cardiovascular. O café filtrado, que remove grande parte desses compostos, é uma opção mais segura referente ao caso 5.
Podemos considerar que o consumo diário de café – em torno de 1 a 3 xícaras – é geralmente considerado seguro e geram benefícios à saúde cardiovascular, como a redução do risco de doenças cardíacas e a melhora da função endotelial. Também é importante considerar a forma de preparo do café e principalmente a sensibilidade individual à cafeína para minimizar possíveis riscos.
Texto:
Amanda Rezende | Equilibrium Latam
Referências:
1. AMERICAN COLLEGE OF CARDIOLOGY. Coffee a Day May Benefit the Heart: ACC 2022. Disponível em: https://www.acc.org/latest-in-cardiology/articles/2022/03/25/17/36/coffee-a-day-may-benefit-the-heart-acc-2022.
2. MIRANDA, Andreia Machado; STELUTI, Josiane; FISBERG, Regina Mara; MARCHIONI, Dirce Maria. Association between Coffee Consumption and Its Polyphenols with Cardiovascular Risk Factors: A Population-Based Study. Nutrients, v. 9, n. 3, p. 276, 2023.
3. LU, Xujia; ZHU, Xiaohong; LI, Guochen; WU, Luying; SHAO, Liping; FAN, Yulong; PAN, Chen-Wei; WU, Ying; BORNÉ, Yan; KE, Chaofu. Consumo habitual de café, chá e cafeína, metabólitos circulantes e risco de multimorbidade cardiometabólica. O Jornal de Endocrinologia Clínica e Metabolismo, 2024.
4. MACHADO, R. A.; KATZ, S.; SOARES, C. M.; VIANNA, R. P. Caffeine and blood pressure: a critical review perspective. Proceedings of the Nutrition Society, v. 78, n. 1, p. 12-20, 2019.
5. MDPI. Cafestol and Kahweol: A Review on Their Bioactivities and Pharmacological Properties. International Journal of Molecular Sciences, v. 20, n. 17, p. 4238, 2019.
