NOVA YORK (Reuters) – O balanço de oferta global do café deve passar de um déficit na temporada 2019/20 para um superávit em 2020/21, à medida que as mudanças comportamentais relacionadas ao distanciamento social tendem a afetar a demanda, disse nesta quarta-feira a corretora de commodities Marex Spectron.
A Marex espera que o mercado saia de um déficit projetado de 4,3 milhões de sacas de 60 quilos na atual temporada para um excedente de 2 milhões de sacas em 2020/21 (outubro a setembro).
“É esperado que o consumo recue durante a fase de ‘monitoramento e adaptação’, até que uma vacina (para o coronavírus) seja descoberta”, disse o analista de café da Marex Spectron, Steve Pollard, em um comunicado.
“Os consumidores finais deixarão de estocar, a recessão vai afetar a renda disponível e as medidas de distanciamento social tornarão o consumo fora de casa menos atrativo”, acrescentou.
A corretora, porém, elevou sua estimativa para o déficit da atual temporada, que termina em setembro, para 4,3 milhões de sacas, ante 3,2 milhões de sacas projetadas em fevereiro, à medida que a formação inicial de estoques para consumo doméstico e por torrefadoras impulsionou a demanda pelo produto.
A empresa estima que cerca de 95% dos pontos de consumo fora de casa do mundo estejam fechados, afirmando que o segmento representa entre 20% e 25% do consumo de café.
A Marex espera que a demanda pelo café arábica lavado seja a mais atingida, uma vez que esse é a variedade de café preferida por cafeterias ao redor do mundo. Já a demanda por robusta, amplamente utilizado na produção de café instantâneo, produto que em geral é consumido em casa, deve se sustentar.
Por Marcelo Teixeira