Além de barista e empreendedora, Thalia Bertani é sócia-fundadora da Seven Seas Coffee & Teas, um e-commerce voltado para o universo de chás e cafés. Em conversa com o Jornal do Café, a empresária e amante da bebida contou um pouco da sua trajetória no ramo e como investiu em degustação com o objetivo de atrair mais consumidores para o seu negócio. Confira!
Como surgiu o seu e-commerce?
De tanto gostar de café, fui fazer, por curiosidade, um curso de barista na Coffe LAB e me apaixonei pelas infinitas possibilidades da bebida. A partir daí, decidi montar um e-commerce de cafés. Me deparei, então, com a dificuldade de vender café pela internet sem dar a opção das pessoas provarem. Assim, começamos a ministrar cursos de cafés e de cafés com drinks. Foi uma forma de ensinar as pessoas a valorizarem o café e, consequentemente, pagar por ele ou arriscar comprar pela internet. O curso deu muito certo. Com a pandemia, conseguimos transformá-lo em uma versão on-line. Enviamos o kit degustação através dos Correios, começamos, ainda, a divulgar no meio corporativo e foi um sucesso. Como agora a maioria dos eventos acontece no meio digital, uma pausa para o café com uma degustação guiada é super bem aceita!
Conte com mais detalhes sobre o curso que você ministra que aborda as categorias de qualidade do café.
Nosso curso é focado em apresentar para as pessoas as principais categorias de qualidade do café instituídas pela ABIC. A maior parte das pessoas não sabe comprar café, pois não entende sobre as suas categorias. Para entender a diferença entre elas é preciso provar todas de uma só vez, ou seja, de forma comparativa. Essa é a nossa proposta. Enviamos os cafés em sachês de drip coffee (sachê com hastes flexíveis que são encaixadas nas bordas da xícara e que deixam o pacotinho com o pó posicionado bem no centro esperando a passagem da água) para que seja possível prová-los em sequência. Nessa degustação, explicamos porque cada uma das categorias têm aromas e sabores tão diferentes das outras.
Na sua opinião, qual a importância das categorias de qualidade para educar o consumidor?
As categorias são muito importantes para classificar e para que as pessoas entendam qual categoria se encaixa melhor em seu paladar. Acreditamos que um bom café, assim como o vinho, é aquele que melhor agrada o consumidor. Existe paladar para todos, mas é preciso conhecer todas as categorias para entender qual se adequa melhor ao seu.
De que forma você aborda as categorias do café e os selos de certificações da ABIC?
Conhecemos os selos da ABIC e divulgamos em nossos cursos como comprar um bom café e, isso inclui procurar os selos na embalagem dos produtos. Explicamos que as categorias têm diferenças da semente à xícara. É preciso entender que todas as etapas da produção do café podem influenciar o sabor na xícara. Como, por exemplo, a espécie plantada, terroir, processamento, torra e método de preparo. Todas as etapas podem influenciar no resultado que chega na xícara.
De que forma, na sua opinião, esses selos ajudam os profissionais que, como você, trabalham com o café?
Os selos são uma ótima referência e uma garantia para que o consumidor saiba sobre a qualidade do produto que está comprando. O Brasil tem uma vasta produção cafeeira e precisa dessas certificações para levar transparência ao consumidor.
Qual o espaço que o café ocupa hoje na vida dos brasileiros?
O café está muito presente na vida dos brasileiros ao longo do dia, especialmente, o café coado. Porém, a grande maioria não entende sobre a qualidade do café e, quando aprendem, a experiência é incrível. Costumo falar que é contraditório sermos o maior produtor de café e, ao mesmo tempo, o consumidor não entender sobre um dos melhores produtos que o Brasil produz.
Acha que o interesse das pessoas pelo tema tem aumentado?
Nos nossos cursos percebemos o quanto elas se interessam, pois qualquer conhecimento novo sobre o assunto é sempre muito bem-vindo. Antigamente, o café gourmet praticamente não existia no Brasil, e o café de qualidade era todo exportado. Hoje em dia, existe café de muita qualidade em todo o Brasil. Mas as pessoas não conhecem a diferença entre as categorias de qualidade, por isso a necessidade de trabalhar o conhecimento.
Acha que a pandemia contribuiu para que as pessoas buscassem novas categorias de café?
Acho que a pandemia contribuiu para as pessoas investirem mais em qualidade de vida. Desde morar em um lugar mais agradável, até comer de forma mais saudável e prazerosa. É aí que entra o café. Com certeza a curiosidade de se buscar algo novo e melhor aumentou, mas ainda é preciso educar os consumidores para que eles comprem algo que realmente gostem. É preciso que as pessoas aprendam a valorizar o café e todo o processo pelo qual ele passa, para então estar disposto a pagar um preço maior por um produto de mais qualidade.
Redação: Usina da Comunicação
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