O Jornal do Café segue empenhado em apresentar aos seus leitores conteúdos relevantes relacionados à sustentabilidade, um dos pilares da Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC. Na entrevista de hoje, conversamos com Fernando Varella, Diretor do Negócio Transformados, da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). O executivo falou sobre a reciclagem de embalagens flexíveis multicamada com alumínio e os seus benefícios para o meio ambiente e para o mercado de café. O Diretor também explicou como o consumidor pode integrar essa cadeia e potencializar o processo.
No que consiste a solução reAL para reciclagem de embalagens flexíveis multicamada com alumínio?
Na CBA, patenteamos uma tecnologia inédita, 100% nacional para reciclagem de embalagens multimateriais, capaz de isolar o alumínio e o plástico, reincorporando-os à cadeia e reutilizando-os em processos produtivos. O alumínio da embalagem de café, por exemplo, voltará a ser folha de alumínio para novas embalagens do grão, torrado e moído, ou de outros alimentos, medicamentos e bebidas. A solução gera valor para a cadeia de reciclagem, ampliando o interesse na coleta seletiva, um de seus pilares.
De que forma essa iniciativa pode impactar positivamente o meio ambiente?
Além do benefício da reciclagem integral do alumínio e do plástico, outro relevante resultado do processo é a geração de hidrogênio, que resultará em energia limpa para abastecer a própria planta produtiva. A tecnologia também deve proporcionar uma crescente reutilização das embalagens multimateriais pós-consumo, onde o alumínio provê a segurança alimentar. A nova tecnologia evitará ainda que as embalagens sigam o destino atual de um aterro, otimizará os recursos naturais de bauxita e vai gerar economia circular para o ecossistema.
E o mercado de café?
A embalagem com alumínio é a única que oferece barreira 100% à luz, oxigênio e umidade e, ainda, garante aroma, sabor e preservação ao café. A CBA é uma empresa comprometida com a agenda ESG, apoiando a indústria cafeeira e fomentando a oferta de embalagens eco-friendly. A nova tecnologia desenvolvida pela CBA beneficiará vários segmentos. O projeto já recebeu a patente verde e a planta deverá entrar em operação em 2022, possibilitando o aumento da taxa de reciclagem e seguindo as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Qual o papel da indústria nesse processo?
A indústria tem o papel fundamental de mostrar os benefícios da embalagem que protege o café e comunicar/promover a cultura da reciclagem, com descarte correto, rastreabilidade, comunicação sobre a importância da redução de emissões de gases de efeito estufa na cadeia produtiva, fomentando este material junto às cooperativas, órgãos municipais etc. De sua parte, a CBA está empenhada, cada vez mais, em gerar contribuições positivas para a sociedade e o meio ambiente, criando alternativas para os problemas de hoje, reconhecendo sua responsabilidade perante o mercado e a sociedade e ciente de que suas ações podem gerar grandes impactos positivos.
Como a CBA faz para que o seu alumínio provoque o mínimo impacto possível durante todo o seu ciclo?
O olhar ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, ou aspectos ambientais, sociais e de governança), orienta e estrutura a estratégia de negócios e as iniciativas da CBA. A Companhia conduziu, em 2020, um trabalho de revisão de sua estratégia ESG, baseada em dez alavancas de sustentabilidade: Gestão de mudanças climáticas, Circularidade do alumínio, Recursos naturais, Gestão de barragens, Valorização das pessoas, Legado social, Cadeia de valor sustentável, Ética e transparência, ESG Ownership e Comunicação. Para cada uma das alavancas foram definidos programas com objetivos atrelados para serem atingidos até 2030.
A Empresa é signatária do Pacto Global e aderiu à iniciativa do Science Based Targets (SBTi), iniciativa conjunta do Pacto Global, CDP e outras instituições, onde reafirma o compromisso de reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) nas operações, alinhando-o às metas com base em critérios científicos. A Empresa também se propôs a seguir a Agenda 2030 e os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), bem como o Acordo Ambiental de São Paulo.
Ainda sobre seu compromisso com o clima, a CBA publica anualmente seu inventário de emissões de GEE, certificado com Selo Ouro pelo programa Brasileiro GHG Protocol, atestando a rastreabilidade, confiabilidade e transparência dos dados por meio de auditoria externa.
Também recebeu nota A- (categoria de Liderança) na avaliação do CDP – um dos principais ratings de sustentabilidade mundial e um dos mais conceituados sobre mudanças climáticas.
Para engajar os stakeholders internos e externos nos aspectos da sustentabilidade, foi desenvolvido um novo posicionamento de marca em relação à sustentabilidade, mais inspiracional e conectado aos conceitos emergentes sobre o tema.
Todos os processos da CBA são cuidadosamente desenvolvidos e aprimorados para que causem o menor impacto possível no meio ambiente. Reutilizamos a água, reaproveitamos a energia, temos nossa matriz energética limpa e renovável e temos times dedicados para construir junto com os clientes soluções em alumínio que transformam vidas.
E os consumidores, como podem contribuir?
Separando e descartando corretamente as embalagens, incentivando amigos e familiares a fazerem o mesmo, criando redes de disseminação do conhecimento, exigindo coleta seletiva nos condomínios, bairros, cidades, apoiando cooperativas etc.
Além da solução reAL, existem outras medidas em relação às embalagens que a indústria cafeeira pode adotar em prol da sustentabilidade?
A CBA acredita que quando se incorporam aspectos sociais, ambientais e de governança à cadeia, passam a ser considerados também pontos que podem gerar impactos significativos sobre o meio ambiente e as comunidades locais, além de influenciar as mudanças climáticas e evidenciar o grau de ética e transparência na forma de fazer negócios. Assim, o olhar ESG presente em toda a cadeia contribui para garantir também os targets de Sustentabilidade da indústria cafeeira.
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Reportagem: Usina da Comunicação