Ontem, 12 de setembro, a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), em parceira com o Sindicato do Comércio de Café em Geral do Estado do Espírito Santo (SINCAFÉ), realizou o Seminário do Café – Encontro Regional, cujo objetivo foi compartilhar conhecimento, debater tendências e fortalecer a comunidade cafeeira. O encontro aconteceu na sede da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (FINDES), em Vitória (ES).
Durante a abertura, Aildo Mendes, Presidente do SINCAFÉ/ES, ressaltou a importância do evento para unir os diversos atores da indústria. “Precisamos estar atentos às nano indústrias, que têm uma excelente matéria-prima, mas, por falta de conhecimento e prática, não estão adequadas às normas e práticas nacionais. Esse é um exemplo da importância da troca de conhecimento e conteúdo entre todos do segmento cafeeiro”. O representante do Sindicato ainda comentou que os temas discutidos são importantes para toda a cadeia. “Nossa cadeira é extensa e precisamos de verticalização e de união. Temos atuações diferentes como a indústria do torrado e moído, do solúvel, do grão verde. Mas, precisamos de verticalização para avançarmos”, analisa Mendes.
Assinatura do Termo de Compromisso do Programa Gôndola Certificada
Após a fala de abertura, houve a assinatura do Termo de Compromisso do Programa Gôndola Certificada. A ABIC, o Sindicato da Indústria de Café do Espírito Santo (SINCAFÉ/ES), a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (FINDES), a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), a Associação Capixaba de Supermercados (ACAPS) e a Secretaria de Estado da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo (SEAG), acreditam e apostam em uma nova proposta de exposição dos cafés nas gôndolas dos supermercados. No lugar de divisões por marca, estariam as divisões por categorias, estilos e atributos, sinalizando se os produtos disponíveis se encaixam como Tradicional, Extraforte, Superior, Gourmet ou Especial, com a exibição das características sensoriais de cada um, facilitando a decisão de compra do consumidor.
Outro objetivo da Gôndola Certificada é estreitar as relações com o setor supermercadista, um dos principais canais de distribuição de café. Dessa forma, é possível apresentar o cadastro positivo de marcas certificadas e em conformidade com a legislação, para uma seleção consciente de seus fornecedores e, consequentemente, a oferta de um café seguro para os consumidores.
Para Pavel Cardoso, Presidente da ABIC, o Programa é fundamental para o amadurecimento de um ambiente regulamentado, em conformidade com a Portaria 570. “A Gôndola Certificada premia os varejistas que dão valor ao café de qualidade. Os cafés serão entendidos e compreendidos por atributos sensoriais, onde todo e qualquer consumidor será atendido conforme o seu paladar e preferência pessoal”.
De acordo com Cardoso, é preciso investir na promoção do café aqui dentro. A ABIC tem feito um trabalho cuidadoso para conquistar do Funcafé verba necessária para esse marketing, com o intuito de valorizar, cada vez mais, o produto nacional.
Fábio Dall’Orto Dalvi, Presidente da Associação Capixaba de Supermercados (ACAPS), também esteve presente na assinatura do Termo e elogiou a iniciativa da ABIC. Segundo ele, o projeto valoriza o café, melhora a experiência de compra, o que é bastante vantajoso para o supermercadista, bem como ressalta a importância de dar atenção à segurança do alimento oferecido ao consumidor.
Sustentabilidade na cadeia do café
Ênio Bergoli, Secretário de Agricultura do Estado do Espírito Santo, aproveitou a ocasião para reforçar o papel relevante do estado na cafeicultura. O ES possui 26.320 propriedades de café arábica e 49.005 de conilon. Além disso, Bergoli apresentou o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do ES, inédito no país, e chamou atenção afirmando que é um projeto de governo. “Estamos exportando mais café do que celulose. Há uma exigência global para um café sustentável. Estamos seguros com as exigências europeias. Essa atenção à sustentabilidade não tem nada a ver com ideologia. O mercado requer essa postura e, assim, criamos o nosso Programa”, ponderou.
Combate às fraudes
A ABIC, sempre atenta às boas práticas garantidoras de café de qualidade ao consumidor, e parceira do Ministério da Agricultura e Pecuária, convidou Hugo Caruso, Diretor do DIPOV, e Helena Rugeri, Coordenadora Geral da Qualidade Vegetal do DIPOV para comporem o Seminário. Os representantes do MAPA relataram aos presentes que, dentro do planejamento para o café torrado, o combate às fraudes é um dos objetivos do Ministérios.
“Há a aproximadamente dois anos, estávamos discutindo a Portaria 570. Hoje, o Plano Nacional de Combate à Fraude, está caminhando e amadurecendo. Estamos impactando desde o produtor, passando pela indústria e chegando na ponta, nos supermercados. Unir instituições como a ABIC, a ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados), a ACAPS e o setor público é necessário para o fortalecimento do setor”, comenta Caruso.
Ainda participaram do evento representantes de instituições relevante como Fabio Dalvio, ACAPS, Paulo Baraona, FINDES/ES, Celírio Inácio, Diretor executivo, ABIC, Mário Panhotta, Cooxupe.
Produção: Usina da Comunicação
