MERCADO EXTERNO
O mercado do café arábica operou com fortes oscilações durante a semana. Iniciou o período com indicativo de queda, depois recuperou e rompeu fortes resistências chegado ao valor de US 121,55 na quarta-feira. Na sequência voltou a operar no campo negativo com fortes quedas acumulando uma perda de 610 e assim retroagindo na sexta-feira feira, o valor de US 115,45 Cents/lb.
O que fez o mercado oscilar tanto na semana? – Do lado negativo, predominou os movimentos de realização de lucros com a forte atuação dos fundos e especuladores que se desfizeram de parte de suas posições realizando vendas.
Já como fatores positivos, cita-se a valorização de 3,05% do dólar sobre o real, o desempenho positivo do mercado do petróleo (Tipo Brent) que finalizou a semana com alta de 3,07%. Do lado fundamental, a divulgação do relatório da Organização Internacional do Café – OIC referente ao mês
de julho/20, nele consta uma considerável mudança nos números da produção e do consumo mundial de café no ano safra 2019/20. Antes destas alterações, OIC trabalhava com um superávit mundial da ordem de 1.848 mil sacas, agora as estimativas apontam para um déficit global de 486 mil sacas.
Com toda volatilidade ocorrida, o mercado do café arábica, finalizou a semana, apresentando um saldo extremamente positivo, pois foi contemplado com uma alta 4,77% na cotação, elevando a média ao valor de US 118,59 Cents/lb.
O mercado Futuro do café conilon operou com bastante volatilidade, mas, da mesma forma que o mercado do arábica, foi influenciado positivamente pela alta do dólar, pela divulgação dos números da OIC, e, conforme já comentado, pelo o aumento dos preços do petróleo. Dessa forma, a semana finalizou com o valor do contrato de setembro/20 exibindo uma boa alta de 2,76% fazendo com que a cotação média chegasse em US$ 1.379,00/t
MERCADO INTERNO
A semana foi de bastante movimentação no mercado brasileiro do café. Apesar da volatilidade externa, as negociações envolvendo as espécies arábica e conilon apresentaram boa liquidez e novamente resultaram em fechamento de expressivos volumes de negócios.
O aumento médio dos preços internacionais (4,77% do café arábica e 2,76% do conilon) verificado na semana, combinado com a valorização de 3,05% do dólar, foram os principais fatores de suporte para o forte incremento dos preços internos dos cafés, arábica em 7,47% e conilon 3,50%.
Na comercialização do produto o valor médio de venda recebido pelo produtor de café arábica Tipo 6 bebida dura para melhor foi de R$ 589,50, nas negociações envolvendo o café conilon tipo 7, o cafeicultor recebeu em média R$ 348,80/sc.
Vale registrar que os cafeicultores nas últimas três semanas vêm aproveitando este ciclo de alta dos preços para intensificar a comercialização do produto, para entrega no curto médio prazo. Sobretudo, estão sendo estratégicos ao fixarem posições de vendas envolvendo produto de safras futuras, com isto vão garantido de forma antecipada a diluição de uma possível pressão sobre os preços atuais e futuros.
Os autuais preços do café estão mantendo um saudável distanciamento dos valores de comercialização observados em idêntico período do ano passado, no caso do café arábica, a diferença de preço chega a 46,28% e a do conilon a 34,15%. Isto significa que a atividade cafeeira está sendo melhor remunerada na corrente temporada.
Vale ainda salientar que, com as recentes altas dos preços, o valor aproximado da paridade de exportação do café arábica Tipo 6 bebida dura para melhor, posto FOB porto Santos – SP, é de R$ 570,87/sc e FOB produtor posto fazenda em MG R$ 539,67/sc, valor este pouco atrativo quando se considera o preço de comercialização no mercado interno de R$ 589,50/sc
A paridade de exportação do café conilon Tipo 7 posto FOB porto de Vitória – ES foi calculada em R$ 366,25/sc e FOB produtor a retirar na fazenda R$ 347,51/sc. Como se vê, a opção pela exportação mostra-se bastante atrativa diante do valor de venda no mercado interno, R$ 348,80/sc.
DESTAQUE DO ANALISTA
A OIC em seu mais recente relatório do mês de julho/20 alterou o número de produção de café da safra 2018/19, saindo de 167.906 mil sacas no mês de junho para 168.006 mil sacas em julho. Da mesma forma o consumo que antes estava estimado em 166.058 milhões de sacas foi atualizado para 168.492, aumento de 1,47% em termos percentuais e de 2.434 mil sacas em valores absolutos.