Pesquisa Euromonitor aponta retomada de consumo de café para 2024

Euromonitor avalia potencial de crescimento de consumo para os próximos anos

Retomada consumo
Imagem: Unsplash
21/12/2022
Publicado em

Nos últimos dois anos, diversos fatores políticos e climáticos têm afetado a curva de preços do café, mexendo também com o comportamento do consumidor. Historicamente, o produto tem se mostrado resiliente, com o brasileiro não abrindo mão  de tomar seu cafezinho todos os dias. Para manter o hábito, no entanto, foi necessária uma mudança de padrão.

[David Fiss debate sobre as tendências de consumo do café no 28ª ENCAFÉ]

Ligeira queda de consumo

Segundo os dados mais recentes da Euromonitor, em 2022, o país registrou queda 0,07% no volume total de café consumido no Brasil. Segundo Rodrigo Mattos, Analista de Pesquisa Sênior da Euromonitor Internacional, a ligeira queda é justificada pela alta dos preços nas gôndolas do supermercado, ocasionada pelos problemas na oferta do produto: “Percebemos que os consumidores brasileiros, no contexto de alta de preço de café, principalmente, decidiram não expandir o consumo. Muitas vezes até mesmo diminuir para se manter na mesma marca”.

Para os próximos anos, o analista destaca que a recuperação em 2023 ainda será mais lenta, com potencial para avanço no consumo em 2024, cuja expectativa de retomada é similar aos patamares pré-pandemia da Covid-19, e avanços que podem ficar entre 2% e 4%. Mattos acrescenta que o café pode continuar sendo considerado resiliente em momentos de crise se comparado a outras categorias: “Porém, ele sofre com a inflação. E no caso do grão,  sabemos que está associada ao preço das commodities que, por sua vez, está associada às questões climáticas vistas no ano passado”, complementa.

Vale ressaltar, no entanto, que a Euromonitor considera as vendas do produto em volume total, seja no varejo ou foodservice. Os dados, porém, não consideram as vendas empresariais como, por exemplo, para hospitais, escritórios ou por meio de licitações.

Expectativas do mercado foram tema no ENCAFÉ

No primeiro dia do ENCAFÉ, Virginia Alves, repórter do Notícias Agrícolas, mídia oficial do evento, subiu ao palco do auditório principal do Grand Hyatt para mediar o “Painel de Abastecimento”, com a presença de especialistas como Gil Barabach, Analista do Safras & Mercado, José Marcos Magalhães, Diretor presidente da Minasul e Marcos Matos, Diretor geral do CECAFÉ.

O bate-papo abordou as expectativas do mercado, cujas mudanças recentes mostram haver boas expectativas para a safra de 2023, sinalizando uma melhora de preços, mas é preciso ter cautela, conforme aponta Marcos Magalhães: “Há otimismo em relação à colheita do próximo ano, mas com restrições. Não estamos na normalidade climática e muitas plantações ainda sofrem com as consequências das recentes geadas. A perspectiva é boa, mas não tanto quanto poderia ser em tempos normais”.

Segundo Barabach, as boas expectativas para o próximo ano resultaram numa redução de preços. Ao ser perguntado é um sinal de retorno à normalidade, o especialista reforçou que dependerá da próxima safra, mas há uma tendência à estabilidade.

Redação: Usina da Comunicação

Com informações do Notícias Agricolas

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