David Fiss debate sobre as tendências de consumo do café no 28ª ENCAFÉ

Diretor comercial da Kantar, explicou os desafios do consumo da bebida dentro e fora do lar

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Imagem: Gilvan de Souza
28/11/2022
Publicado em

O último dia de palestras da 28a edição do ENCAFÉ, sábado, 26/11, encheu o auditório do Hotel Grand Hyatt, localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Além de um debate proveitoso sobre o comportamento do consumidor de café e as expectativas do setor para 2023, o evento contou também com a cerimônia de premiação dos vencedores do 19º Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café – Origens do Brasil – Safra 2022.

Tendências e desafios do consumo de café dentro e fora do lar

A primeira palestra do dia foi comandada por David Fiss, Diretor comercial da Kantar. O especialista falou sobre as tendências e os desafios do consumo de café dentro e fora do lar e explicou que todas as coletas de informações realizadas pela Kantar são feitas nas residências dos consumidores. Dessa forma, é possível rastrear o canal que eles utilizam, a quantidade e o tipo de café que é consumido.

Uma das alterações de comportamento percebidas pelo instituto foi o aumento do consumo da bebida dentro do lar, puxada pela pandemia em 2020. Porém, esse hábito não perdeu força, já que em 2022 o consumo fora do lar ainda não se recuperou totalmente. 

David Fiss durante sua palestra no Encafé (Imagem: Gilvan de Souza)

“O consumo em HORECAS (setor da economia formado por hotéis, restaurantes e cafés) está 4% maior que em 2019, mas ainda não está perfeito. A indústria cafeeira precisa estimular o crescimento desse consumo. É contraditório, já que a taxa de pessoas que tomam café fora do lar está menor, ao mesmo tempo em que o consumo em bares está crescendo. Oitenta por cento do consumo de bebidas quentes fora do lar é de cafés. Então, eu enxergo um espaço significativo para o crescimento”, disse.

Custo-benefício é prioridade para o consumidor

Fiss falou também sobre a fidelização do consumidor aos canais de venda. Segundo ele, cresce, dentro do lar, a preferência dos brasileiros por atacarejos, em decorrência de um poder econômico mais fragilizado, principalmente, no pós-pandemia. Isso mostra que não há fidelidade a um canal de venda específico, e que a busca por um melhor custo-benefício segue sendo o principal objetivo no momento da compra.

Em relação às marcas, o comportamento segue o mesmo padrão, pois o brasileiro está disposto a pagar menos, mesmo que isso signifique abrir mão de parte da qualidade. Marcas regionais, com preços mais competitivos, tendem a ganhar espaço e chamar mais atenção nas gôndolas. Segundo o palestrante, essa é uma oportunidade para os pequenos e médios industriais conquistarem terreno. Ademais, é um bom momento para que os grandes players do mercado se reinventem e tracem novas estratégias para atrair os amantes de café.

David Fiss durante sua palestra no Encafé (Imagem: Gilvan de Souza)

Perspectivas do setor para 2023

Ao final de sua palestra, Fiss demonstrou entusiasmo e afirmou que o setor possui grandes chances de crescimento para o próximo ano. Se por um lado o consumidor está fazendo o café caseiro render mais, o que justifica o volume de compras não ter aumentado, por outro, ele está criando cada vez mais situações para consumi-lo. Essa é uma oportunidade que a indústria precisa enxergar e não pode deixar passar.

“Quase 100% dos lares brasileiros tomam café. O consumidor está indo cada vez mais ao mercado e comprando embalagens cada vez menores, achando que dessa forma ele irá economizar. O setor precisa pensar nessa questão. É hora de estimular o consumo de café com outros produtos, como, por exemplo, o pão de queijo, o pastel e a coxinha. Cheguem junto dos comerciantes e estimulem promoções do tipo: compre um salgado e ganhe um café. É momento de unir forças com outros setores e objetivar um crescimento cada vez maior”, afirmou. 

Fiss concluiu mostrando a possibilidade de exploração e expansão do setor dos cafés solúveis, que segundo ele estão presentes em três a cada dez lares. Além disso, o Diretor comercial da Kantar explicou que as principais fontes de crescimento do mercado cafeeiro para 2023 estão na criação de novos momentos de consumo, na identificação de novos targets, na criação de novas categorias e no investimento em presença nacional. 

Vencedores do 19º Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café – Origens do Brasil – Safra 2022

A cerimônia também foi momento para anunciar premiar dos vencedores do 19º Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café – Origens do Brasil – Safra 2022. Antes de iniciar a celebração, Celírio Inácio, Diretor executivo da ABIC, enfatizou que o consumidor tem o direito de ter bons cafés na mesa e comemorou o fato do trabalho e do esforço da ABIC serem reconhecidos nacionalmente.

Celírio Inácio, Diretor executivo da ABIC (Imagem: Gilvan de Souza)

“As nossas certificações possuem progressivamente mais espaço no dia a dia do consumidor e estão sendo mais requisitadas como fonte de segurança e qualidade. O Brasil, maior produtor de café no mundo, tem total capacidade de entregar ótimos cafés para o exterior e, também, para o mercado interno. Vamos, juntos, oferecer cada vez mais cafés de ótima qualidade”, incentivou.

Em seguida, Inácio chamou os vencedores presentes, um a um, ao palco, para receberem as suas placas de homenagem. Nem todos puderam comparecer, mas, receberam suas premiações pessoalmente os seguintes produtores:

  • Iasmin Fernanda Vilela Resende, da Fazenda Nascente D’água, em Rio Pardo de Minas-GR / Maior nota da categoria arábica e campeã da Origem Chapada de Minas;
  • Jarlete da Penha Sotelle, do Sítio Vista Linda, em Santa Teresa-ES / Maior nota da categoria canéfora e campeã da Origem Montanhas do Espírito Santo (espécie canéfora);
  • Patrícia Rosa, filha de Antônio Rigno, da Chácara São Judas tadeu, em Piatã-BA / campeão da Origem Chapada Diamantina;
  • Adelino Semboloni, da Fazenda dos Tachos, em Varginha-MG / campeão da Origem Sul de Minas;
  • Carmen Lydia J.P. Meirelles, da Fazenda Santa Rita do Xicão, em São Gonçalo do Sapucaí-MG / associada ABIC e campeã da Origem Mantiqueira de Minas;
  • Maria Adriana Monnerat Erthal, da Fazendinha Bela Vista II, em Bom Jardim-RJ / campeã da Origem Serrana do Rio de Janeiro;
  • e José Fernando Matos Mororó, da Terra de Kurí, em Espírito Santo do Pinhal-SP / campeão da Origem Região de Pinhal.
Premiados do 19º Concurso ABIC (Imagem: Gilvan de Souza)

A relação completa dos premados no 19º Concurso ABIC pode ser acessada no link: https://www.abic.com.br/mulheres-dominam-o-19o-concurso-abic/ 

Redação: Usina da Comunicação

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