Os cafeicultores da região de Garça, localizada no interior do estado de São Paulo e formada por 15 municípios, formalizaram um pedido ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) para que a localidade receba o registro de Indicação Geográfica (IG) do café. O desejo dos profissionais envolvidos no cultivo é que ela seja reconhecida como produtora de cafés de alta qualidade.
Os produtores alegam que o registro irá valorizar o produto (o preço da saca aumentará, em média, R$15,00), além de ajudar a conquistar novos mercados, principalmente, no exterior. Dentre as principais características do grão, vale o destaque para o marcante do chocolate, com bom corpo, acidez média e retrogosto prolongado.
Atualmente, a região é identificada por meio da resolução SAA-18, como produtora de café pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
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Tecnologia a favor do café
Para que os cafeicultores de Garça se tornem ainda mais competitivos, tanto no mercado interno, quanto internacionalmente, é necessário que trabalhem lado a lado com a tecnologia. Por esse motivo, a associação de produtores locais desenvolveu parcerias com instituições como Instituto Agronômico (IAC), Instituto Biológico (IB), e todas as unidades da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócio (APTA).
Dessa forma, é possível estudar mais a fundo as propriedades do grão local, bem como potencializar a produtividade e a qualidade da bebida. Ademais, os testes também têm o objetivo de selecionar cultivares adaptadas às características do solo e do clima do Centro Oeste do estado, que consegue cultivar mais de 12 mil hectares de café e produzir entre 600 mil a um milhão de sacas por safra.
História e reconhecimento
Garça é responsável por 2% da produção nacional de café e reconhecida como produtora de cafés especiais pela Special Coffee Association, que concedeu pontuação acima de 80 para os seus artigos originários.
Os cafeicultores reforçam que obter o registro de Indicação Geográfica é importante para validar a história cafeeira da região. Assim como valorizar a técnica e o esforço empregados por eles, já que exigir a procedência de produtos é uma tendência mundial.
Até o momento, o processo conquistou o aval do INPI e está em andamento. Recentemente, uma publicação no Diário Oficial do Estado (DOE) reconheceu a notoriedade histórica de Garça quanto ao cultivo de cafés.
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