MERCADO EXTERNO
A produção de café colombiano apresentou queda de 9% em setembro, em comparação ao mesmo período do ano passado. Já entre janeiro e setembro foram produzidas 9,45 milhões de sacas de 60 kg, volume 6% abaixo do mesmo período de 2019, que totalizou 10,1 milhões de sacas, segundo os dados da Federação Nacional de Cafeicultores (FNC) do país.
Também caíram as exportações de café da Colômbia, devido às dificuldades de movimentação interna causada pela pandemia. Essa queda foi um pouco superior à vista na produção, ficando na casa de 12%.
As exportações vietnamitas de café também sofreram redução durante o período da pandemia, com queda de 0,5% em setembro em relação a agosto e de 1,4% no acumulado do ano em relação ao mesmo período do ano
anterior.
Para se ter uma ideia de como o Covid-19 afetou o consumo de café, um estudo da consultoria canadense Allegra, chamado “Project Café Canada 2021”, mostrou uma redução de consumo de café no país de 22%, de um total de C$ 12 milhões para C$ 9,5 milhões.
Os dados de estoques certificado na Bolsa de Nova Iorque cresceu cerca de 2.000 sacas na semana, o que significa que muito pouco mudou nessa questão. Os preços, no entanto, subiram 0,04%. Pelo lado positivo, foi não ter rompido o suporte de preço novamente.
Já o valor do café conilon caiu bastante no mercado externo, pois a produção aumentou, segundo a Organização Internacional do Café. Vale acompanhar o desempenho do dólar, que baixou bastante semana passada, e as chuvas.
MERCADO INTERNO
Momento de queda para os preços, tanto para o café arábica como para o robusta. Para o café arábica, os preços externos na semana acabaram segurando também a cotação no Brasil, e a queda posterior não foi totalmente internalizada.
Não houve muitas negociações no mercado interno, com negócios pontuais e pouco volume negociado.
Já o café conilon, sem apoio do cenário externo, acabou caindo bastante na semana, seguindo o dólar. No mercado físico, também houve pouca procura, mesmo com o feriado se aproximando.
As chuvas no final de semana, apesar de insuficientes, podem são um sinal de que pode não haver a seca severa que se esperava. Apesar de ser uma boa notícia, acaba sendo um fator de baixo no preço do café.
DÓLAR
O dólar caiu 2,49% na semana, sendo um fator de baixa para os preços do café. Ainda não houve um efeito muito forte sobre os preços internos, mas a tendência é de ajuste dos preços.
O dólar futuro indica tendência de queda, principalmente pelos fatos de uma nova negociação entre democratas e republicanos por um novo pacote de auxílios nos EUA e a possibilidade de avanço de reformas importantes no Brasil.
DESTAQUE DO ANALISTA
Chuvas e dólar deverão dar o ritmo aos preços, que tem tendência de queda na reabertura do mercado nacional pósferiado. Também ressalta-se que os fundos na ICE NY estão reduzindo as posições compradas, mostrando que o risco climático deve ter se reduzido.