Debate pede mais transparênciana formação de preços do café, para melhorar a remuneração dos produtores
Nos dias 10 e 11 de julho aconteceu em Campinas o 2º Fórum de Países Produtores de Café. Na ocasião, foram discutidos temas como a redução da pobreza em regiões de café, desenvolvimento de novas tecnologias para aprimorar as formas tradicionais de comercialização de café, aproximando produtores de consumidores e gerando agregação de valor nas origens, atual momento do mercado, entre outros.
A primeira edição do evento, que aconteceu em 2017, em Medelín, na Colômbia, teve o papel de despertar a consciência mundial para a necessidade de sustentabilidade econômica na oferta de café no mundo todo. Contudo, para que essas ações de fato aconteçam, é preciso ter interação entre todos os agentes da cadeia para o desenvolvimento de ações globais, além das já realizadas por cada país.
O Fórum Mundial dos Produtores de Café defendeu a necessidade de promover a assistência técnica, de desenvolver mecanismos para tornar mais transparente a formação de preços do produto e de criar estratégias que favoreçam a remuneração dos produtores pelo mundo.
Os países produtores consideram que há oportunidades de desenvolvimento de novas tecnologias para aprimorar a comercialização de café, agregando valor na origem e aproximando produtores e consumidores. Destacam também a importância de se estimular o consumo, especialmente nos seus próprios mercados e em economias emergentes.
Outro tema de destaque no Fórum foi a redução da pobreza em regiões de produção de café e a atual situação do mercado. Representantes de diversos países destacaram a urgência da cadeia se unir e tomar ações concretas para melhorar as condições de produção e promover uma remuneração pelo produto que consideram justa para o cafeicultor.
Em palestra durante o evento, o professor Jeffrey Sachs, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, deu a ideia de se criar um fundo de US$ 10 bilhõesparaapoiar investimentos na produção e em serviços básicos nas regiões de café, priorizando onde há mais pobreza. A iniciativa seria liderada pela indústria – que entraria com US$ 2,5 bilhões – e envolveria governos e outros agentes privados.
Para os pontos levantados durante o Fórum, o Comitê do WCPF (sigla em inglês para Fórum Mundial dos Produtores de Café) disse que tomará providências para a formalização de uma entidade jurídica que planejará a execução dessas estratégias. A próxima edição do evento será realizada em 2021, com local a ser definido. No evento, a ABIC foi representada pelo seu Diretor Administrativo, Celírio Inácio da Silva.