No seu primeiro dia da programação, o 28ª Encontro Nacional do Café trouxe palestras de Ricardo Amorim, dissertando sobre as perspectivas políticas e econômicas do Brasil e, também, de Roberto Rodrigues, abordando a relação do agronegócio com o Brasil. Ainda no Auditório Principal, os presentes puderam acompanhar o Painel sobre Abastecimento, com com falas de especialistas como Gil Barabach, Analista do Safras & Mercado, José Marcos Magalhães, Diretor presidente da Minasul e Marcos Matos, Diretor geral do CECAFÉ.
Já na Arena do Conhecimento, os inscritos tiveram acesso a uma variedade de discussões e cursos abrangendo mercado de cápsulas, degustação orientada de cafés torrrados e curso de torra.
[Confira destaques da abertura do 28º ENCAFÉ]
Ricardo Amorim aborda as possibilidades econômicas para o país
A primeira palestra do dia foi “Cenário político, econômico e perspectivas”, com o economista mais influente do Brasil, Ricardo Amorim. No início de sua fala, o especialsita apresentou as projeções econômicas do país para o próximo ano, considerando a atual conjuntura de transição do governo.
O maior influenciador do Linkedin também compartilhou dois possíveis episódios econômicos que, se acontecerem, serão favoráveis ao país. “Em 2023, a inflação do Brasil pode ser mais baixa do que a Estados dos Unidos. Além disso, há a possibilidade de o crescimento econômico ser maior do que o da China”, declarou. O economista ressaltou a relevância e a força da indústria cafeeira e, ainda, frisou a necessidade de o setor investir em ações de comunicação para criar uma “marca Brasil de café”.
Roberto Rodrigues destaca a importante posição do Brasil no Mundo
Em seguida, foi a vez de Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, agricultor e Engenheiro Agrônomo, subir ao palco. O líder do agro iniciou seu discurso falando sobre geopolítica: “Encaramos um novo momento de bipolaridade e, o posicionamento do Brasil entre dois blocos de poder nos coloca em vantagem”. Na visão de Rodrigues, isso se dá por conta da capacidade do país em oferecer alimentos para o mundo, colocando a segurança alimentar como um dos pilares da estabilidade política de uma nação: “Somos o único país tropical que pode abastecer o mundo de maneira sustentável, o que pode envolver também a troca de conhecimentos e tecnologias com outros países”.
Ele destaca também a importância de investir em tecnologia, permitindo ao país plantar mais e desmatar menos, reforçando que o mercado, hoje, pede sustentabilidade das nações produtoras, envolvendo o combate às ações ilegais: “Não podemos mais permitir queimadas, é necessário fazer cumprir leis como o Código Florestal”.
Painel de abastecimento trata da futura safra com expectativa e cautela
Na terceira palestra do dia, mediada por Virgínia Alves, do Notícias Agrícolas, mídia oficial do evento, foi debatido o cenário de abastecimento e do mercado cafeiculto. O bate-papo teve a participação de Gil Barabach, José Marcos Magalhães e Marcos Matos e foi apontado os motivos para se esperar estabilidade, mas com a necessária espera pela safra 2023. Barabach explica: “A cabeça do mercado já está em 2023, cuja expectativa em torno da safra é positiva, o que explica a curva de preços descendente que temos observado”.
Marcos Magalhães compartilha da mesma visão, porém acrescenta a necessidade de cautela: “Há otimismo em relação à colheita do próximo ano, mas com restrições. Ainda não estamos na normalidade climática e muitas plantações ainda sofrem com as consequências das recentes geadas. A perspectiva é boa, mas não tanto quanto poderia ser em tempos normais”.
Já Marcos Matos abordou o assunto pela perspectiva da exportação, e apontou que o Brasil é visto como um fornecedor confiável do grão, mas que é preciso resolver problemas logísticos, especialmente, relacionados à questão portuária: “Estamos entrando numa época de navios ainda maiores e os nossos portos precisam acompanhar essa evolução”.
A indústria cafeeira torceu junto com a seleção
Ao final dos trabalhos, os participantes se uniram no Auditório Principal para acompanhar a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar. Foi um momento de descontração, repleto de verde e amarelo e uma torcida muito animada que vibrou com os dois gols de Richarlison contra a Sérvia.
Redação: Usina da Comunicação